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Conflito avança por mídia social e chega ao chinês TikTok

Instagram e outros são denunciados por supressão de conteúdo palestino; rede chinesa é cobrada a agir

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Acompanhando a leve mudança de tom na opinião pública americana, após a destruição da redação da Associated Press em Gaza, o New York Times destacou nesta semana o que chamou de “A nova rua árabe: online, global e crescente”.

Referia-se positivamente às “vozes em mídia social”, citando Instagram e Twitter. Mas não é assim tão fácil.

A Al Jazeera, do Qatar, chamou a atenção pela primeira vez há duas semanas, noticiando que menções no Instagram ao bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém, onde palestinos vinham perdendo suas casas, resultavam em posts e perfis suspensos ou menor compartilhamento.

A plataforma respondeu ao canal que era um “problema técnico” e seu principal executivo, Adam Mosseri, tuitou depois que o “bug” estava sendo corrigido.

Vídeos com a hashtag #alaqsa no TikTok - Reprodução

Mas o site americano BuzzFeed acrescentou em seguida que as menções de Facebook e Instagram à mesquita de Al Aqsa, alvo de violência, estavam sendo associadas a “uma organização terrorista” pelo algoritmo da plataforma, levando à remoção.

Novamente, o problema foi creditado a um “erro” e teria sido sanado.

Quase ao mesmo tempo, a americano-canadense Vice noticiava que o perfil da jornalista palestino-americana Mariam Barghouti, que vinha cobrindo os protestos contra a violência em Sheikh Jarrah e Al Aqsa via Twitter, havia sido removido pela plataforma.

Novamente, segundo porta-voz do Twitter ouvido pelo site, foi “engano” e o cancelamento “foi revertido”.

A sequência de “bugs” chamou a atenção de sites de mídia como Columbia Journalism Review e do próprio NYT —este em uma nota online com as desculpas do Facebook pelo que o jornal chamou de “equívoco”: “Nós compreendemos a importância vital de Al Aqsa para os palestinos e a comunidade muçulmana no mundo”.

A Al Jazeera também seguiu no assunto e nesta semana ouviu de Marwa Fatafta, escritora palestina baseada em Berlim, do grupo Access Now, que não se trata de problema novo: “Mas eu nunca tinha visto nada nesta escala. Estão suprimindo ativamente”.

Da “nova rua árabe” do NYT ao acúmulo de denúncias, todos se concentram nas plataformas americanas de mídia social, mas a novidade desta vez é que também chinesas se viram envolvidas.

A começar do Zoom, que é sediado na Califórnia e cujo fundador se naturalizou americano, mas ainda é tratado por políticos dos EUA como “entidade chinesa” e um risco de segurança. Artigo na Al Jazeera relacionou casos em que a plataforma teria bloqueado transmissões de apoio a palestinos.

Mais importante, o TikTok, hoje uma rede maior que o Instagram e alvo de pressão crescente por controle, foi chamado para uma conversa no dia 13 com o ministro israelense da Defesa, general Benny Gantz, como noticiado pelo israelense National e pelo americano Politico, entre outros.

Via Zoom, participaram três executivos do TikTok. “Gantz exortou-os a remover o conteúdo que incite à violência ou espalhe desinformação e enfatizou a importância de responder rapidamente aos apelos do escritório cibernético governamental”, relatou o National.

O Politico ouviu da plataforma chinesa que “já remove conteúdo na região que viole as suas políticas contra violência, discurso de ódio e comportamento odioso”. Aqui e ali, tuítes palestinos confirmaram.

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