Correspondente da Folha na Ásia
Sanções de Joe Biden fazem rublo e Bolsa de Moscou subirem
'Bem-vindos ao admirável mundo novo em que os europeus vão pagar 2.000 euros por 1.000 metros cúbicos de gás', ironiza ex-presidente russo, sobre suspensão do Nord Stream 2
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Joe Biden anunciou as sanções americanas e, no alto do financeiro russo Kommersant, a Bolsa de Moscou subiu quase 2%, com destaque para Gazprom e bancos estatais, deixados de fora. Também o rublo subiu mais de 1%, no alto do Argumenty i Fakty.
E até mesmo no financeiro RBC acabaram ganhando atenção as inusitadas sanções contra o CSKA, um dos mais antigos clubes de futebol da Rússia, fundado em 1911.
Dada a pouca impressão deixada também pelos anúncios da União Europeia, restou o Nord Stream 2, que o chanceler alemão Olaf Scholz, afinal, "suspendeu".
Duas semanas atrás, na Casa Branca, diante das câmeras, Scholz evitou citar o gasoduto e acabou ouvindo de Biden uma ameaça: "Nós vamos acabar com ele", com o Nord Stream 2.
Agora o chanceler se adiantou e, no enunciado de alemães como Süddeutsche Zeitung e Frankfurter Allgemeine Zeitung, "interrompeu a certificação" do gasoduto. Mas o fez "até novo aviso" ou "por enquanto", como destacaram os mesmos jornais.
Nos EUA, o New York Times buscou ser mais afirmativo, na chamada "Alemanha põe fim ao Nord Stream 2" (no original, "puts stop").
E O PRÓXIMO INVERNO?
Logo começaram a aparecer destaques negativos, sobretudo depois que o ex-presidente russo Dmitri Medvedev tuitou números redondos, com ironia, sobre a interrupção da certificação: "Bem-vindos ao admirável mundo novo em que os europeus vão, muito em breve, pagar 2.000 euros por 1.000 metros cúbicos de gás natural".
A chamada no Wall Street Journal mudou então para "Alemanha coloca Nord Stream 2 em compasso de espera, aumentando a preocupação com o fornecimento".
E a manchete do Süddeutsche passou para "O estado do fornecimento de gás alemão" (acima), salientando: "Neste inverno, as casas na Alemanha permanecerão aquecidas. Mas e o próximo?".
METADE
Da CNN, em meio à cobertura: "A Gazprom é a única acionista do Nord Stream 2, mas 50% do financiamento do gasoduto veio de cinco empresas europeias de energia, incluindo Wintershall e Uniper, da Alemanha. Os outros financiadores são Shell, do Reino Unido, Engie, da França, e OMV, da Áustria".
'NÃO FALTA MERCADO NA CHINA'
Com a suspensão do Nord Stream 2, influenciadores chineses defenderam em mídia social a opção de levar para a China o gás dos mesmos campos, via Power of Siberia 2 (acima), cuja construção foi confirmada por Pequim e Moscou no início do mês.
Contrastam com a imprensa do PC, como Global Times, que sustenta o esforço do governo chinês de lidar com a crise com "cautela" e, em editorial, propõe que "todas as partes deveriam dar à Rússia e à Ucrânia espaço para resolverem a questão'’.
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