A semana passada terminou junto com uma extensa reunião sobre a Ucrânia, do Politburo, que reúne os sete principais líderes chineses.
E o primeiro resultado visível, pelo que o Wall Street Journal destacou no alto da home, no domingo, em texto de sua correspondente-chefe de China, Lingling Wei, foi uma declaração contra a invasão da Ucrânia, noticiada também pelo New York Times e pelo Global Times.
"A soberania, independência e integridade territorial de qualquer país devem ser respeitadas", afirmou o chanceler Wang Yi no sábado, à Conferência de Segurança de Munique. "A Ucrânia não é exceção."
Mais do que um aviso à Rússia, o WSJ apontou, citando conversas com diplomatas e assessores chineses, "um desejo de resguardar os laços com os EUA". Na avaliação do jornal, o próprio Xi Jinping, no meio da semana, já havia adotado tom mais diplomático para a Ucrânia, em telefonema com o francês Emmanuel Macron.
Como pano de fundo, sublinha o WSJ, Pequim prepara eventos para lembrar os 50 anos da visita de Richard Nixon à China, iniciada no dia 21 de fevereiro de 1972.
Paralelamente, também Jair Bolsonaro ganhou atenção renovada de Xi.
Em meio ao noticiário anglo-americano de que a China estaria se afastando do Brasil, o Renmin Ribao ou Diário do Povo, do PC, publicou no alto da primeira página, ao lado do logotipo (acima), que "Xi envia mensagem de condolências ao presidente brasileiro Bolsonaro pela chuva torrencial no Estado do Rio de Janeiro".
PACIFICADOR
Macron telefonou também para os presidentes de Rússia e Ucrânia, que, em destaque no francês Le Monde no domingo, "concordam em ‘intensificar esforços diplomáticos’ em meio a tensões mais altas".
E ligou para Joe Biden, que aceitou "em princípio" uma reunião com Vladimir Putin, manchete posterior do mesmo Le Monde —e de Washington Post e WSJ, mas não do cada vez mais beligerante NYT.
OTAN E A HISTÓRIA
A edição desta semana da revista Der Spiegel noticia, com repercussão na própria Alemanha e na França, mas não em veículos anglo-americanos, que "Nova descoberta nos arquivos de 1991 sustenta acusação russa" —de que a Otan prometeu não assimilar países do antigo bloco soviético.
O "documento notável", levantado por um acadêmico dos EUA em arquivos do Reino Unido, reproduz declarações de diplomatas dos dois países e da Alemanha, durante reunião, dizendo que "deixaram claro" para os representantes russos que não iriam "oferecer a adesão à Otan para a Polônia e os outros países"
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.