Siga a folha

Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu toda mídia

Cresce risco de crise em Taiwan, e cobertura põe panos quentes

Candidato faz visita contida aos EUA, mas seguradoras já reduzem cobertura de riscos na ilha, seguindo roteiro da Ucrânia

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O presidenciável governista em Taiwan chegou a Nova York com pouco destaque no New York Times. "Lai Ching-te visa tranquilizar Washington", diz o jornal, sublinhando que não iria discursar nem ver autoridades —e que Washington o pressionou há três semanas.

Também o chinês Global Times evitou destacar, mas sublinhando a crítica de Pequim, que chamou Lai de "encrequeiro completo". Em Taipé, nem o jornal ligado ao governo, Ziyou Shibao, deu maior atenção à "escala" de Lai, antes de seguir viagem para o Paraguai.

O esforço para baixar a temperatura no noticiário reflete o temor de conflito militar, que avançou na última semana. A Reuters noticiou que a "Lloyd's lidera seguradoras no corte da cobertura de Taiwan, à medida que aumentam os riscos de conflito".

Em outras palavras, as seguradores ocidentais "reduziram o montante de cobertura que oferecem para os riscos envolvendo Taiwan". O movimento segue o que aconteceu com a Ucrânia no ano passado, segundo a agência, e poderia "tornar mais difícil e caro fazer negócios".

Pouco antes, Cliff Kupchan, presidente da consultoria de risco Eurasia e ex-governo Bill Clinton, soou o alarme no influente site americano The China Project. Sob o título "Cuidado com a eleição de Taiwan" (reprodução acima), publicou que "tudo na Ásia pode sair dos trilhos" nos próximos cinco meses.

Relata visita a Pequim que "deixou claro o abismo que separa as visões de EUA e China sobre uma relação aceitável". A eleição de janeiro "tem o potencial de desencadear uma crise", porque "a China tem fortes restrições a Lai" e vê indícios de apoio americano a ele.

A crise começaria por "ataques cibernéticos, podendo escalar para um bloqueio completo, que equivaleria a uma declaração de guerra. "Um dos meus interlocutores de linha dura afirmou que o Exército de Libertação Popular está ansioso para lutar por Taiwan."

BILIONÁRIOS E A GUERRA

Morris Chang e Terry Gou, os fundadores da TSMC e da Foxconn, as gigantes de tecnologia emblemáticas de Taiwan, têm "visões muito diferentes" sobre um conflito em torno da ilha, anotou o South China Morning Post, jornal de outro gigante, o Alibaba, de Jack Ma.

Chang (Zhang Zhongmou), 92, disse em entrevista ao NYT, há uma semana: "A chance de a China invadir Taiwan, com guerra anfíbia e tudo mais, acho que é uma probabilidade muito, muito baixa. Algum tipo de bloqueio, acho que ainda coloco como de baixa probabilidade, mas é uma possibilidade e quero evitar".

Gou (Guo Timing), 72, escreveu, em artigo no Washington Post há três semanas: "Lai Ching-te defendeu a redução dos laços comerciais com a China, que ele chama de 'dependências'. Como a presidente Tsai Ing-wen, ele rejeita a política de Uma Só China. Ao abandoná-la, agravaram muito a ameaça de guerra, prejudicaram nossa economia, afastaram os investidores e tornaram Taiwan menos segura".

Ainda com esperança de ser candidato, Gou promete ações para "nos tirar do precipício". Em comício meses atrás, recebeu no palanque a mulher de Chang (abaixo, no perfil de sua campanha em mídia social).

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas