Correspondente da Folha na Ásia
Apagado do Instagram, olhar palestino sobrevive no Telegram
Após quase três semanas, plataformas de mídia social se mantêm como alternativa para imagens da crueza da guerra
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Joe Biden, após afirmar em pronunciamento que foram os palestinos que destruíram seu próprio hospital, falou em entrevista coletiva: "Eu não tenho confiança no número que os palestinos estão usando", de palestinos mortos.
Horas depois, o Instagram apagou a conta @eye.on.palestine, com mais de 6 milhões de seguidores, que publicava fotos e vídeos com os mortos e feridos. Muçulmanos influentes em mídia social questionaram, repercutindo em pelo menos um veículo tradicional americano, NBC, mas a conta não retornou.
O Eye on Palestine se mantém no ar no Telegram, a plataforma russa hoje sediada nos Emirados, onde se podem ver vídeos como o de uma criança chegando de ambulância a um hospital (reprodução acima) e da retirada de um homem sob a laje e os escombros de uma casa.
Na mesma direção, Antony Blinken, secretário de Estado de Biden, segundo o site Axios, "contou a um grupo de líderes da comunidade judaica americana que pediu ao primeiro-ministro do Qatar que tomasse o controle da cobertura da guerra na Al Jazeera", canal mantido pelo governo qatari.
Horas depois, a Al Jazeera informou que a família de um de seus correspondentes em Gaza, Wael Al-Dahdouh, foi "morta por ataque aéreo de Israel". Morreram sua mulher, filho, filha e neto. No agregador de jornalismo Mediagazer, postagens afirmavam ter sido um ataque visando a família.
'THIS IS NOT A WAR'
Lula viralizou no exterior com uma afirmação, "Não é uma guerra, é um genocídio", citando "quase 2.000 crianças" mortas. Foi compartilhado da correspondente da Globo em Washington, Raquel Krähenbühl, à influenciadora Sarah Abddalla, que se descreve como comentarista libanesa.
Visegrád 24, uma das contas de X que vêm sendo impulsionadas pelo próprio Elon Musk, dono da plataforma, também reproduz, "This is not a war, this is genocide". Mas questiona, com foto do petista com Vladimir Putin, que "Lula nunca falou mal da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia".
ANO TUMULTUADO
Em texto sobre "o tumultuado primeiro ano do X sob o comando de Elon Musk", o Wall Street Journal publicou, com apoio do gráfico acima e outros, que "a plataforma luta para atrair usuários e anunciantes, enquanto Musk expressa otimismo".
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