Correspondente da Folha na Ásia
Biden chama Xi de 'ditador', mas jornais dos EUA não dão atenção
Bloomberg leva à manchete, mas NYT e outros evitam; 'é uma forma de governo diferente da nossa', explicou o presidente
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
De bate-pronto, em seu relato "ao vivo", o serviço financeiro Bloomberg levou à manchete digital: "Biden chama Xi de ditador, arriscando reação negativa na China" (abaixo). Foi a última resposta de Biden, 80, em entrevista coletiva:
"Bem, olha, ele é. Quer dizer, ele é um ditador no sentido de que aqui está um cara que dirige um país que é comunista baseado em uma forma de governo totalmente diferente da nossa."
Antes da coletiva, entre outros agrados, Biden havia levado Xi Jinping até o carro para se despedir, como mostrou o chinês Global Times.
A Bloomberg avaliou depois que "a declaração provavelmente dominará as manchetes". Não foi o que aconteceu nos jornais americanos, nas horas seguintes.
No New York Times, "Negociações Biden-Xi levam a pouco mais do que a promessa de continuar negociando". No Washington Post, "Biden e Xi concordam em restaurar laços militares, ajudando a aliviar tensões". No Wall Street Journal, "Biden e Xi reduzem rancor e enfatizam cooperação em cúpula de alto risco".
O NYT citou a frase no 8º parágrafo. WaPo, no 10º. WSJ, no 20º.
'VOCÊ CONFIA EM BIDEN?'
Horas antes, ao se fecharem para a reunião, ainda diante dos jornalistas, uma repórter da rede ABC, ex-Bloomberg em Pequim, perguntou em mandarim para Xi: "Você confia em Biden?".
Segundo ela, "ele tirou seu fone de tradução para ouvir minha pergunta, olhou, mas não respondeu".
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters