Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Ministério Público pede que PF investigue ataque em que Arthur do Val relaciona Tatto ao PCC
Candidato do PT se recusou a apertar a mão do deputado e cobrou que concorrente não baixe o nível
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O Ministério Público Eleitoral solicitou que a Polícia Federal investigue o candidato à Prefeitura de São Paulo Arthur do Val (Patriota) por ter insinuado que seu concorrente, Jilmar Tatto (PT), tem relação com a facção criminosa PCC em debate na segunda-feira (26).
O inquérito policial foi pedido pela Promotoria após notícia-crime apresentada pelo PT. O deputado estadual será investigado pelo crime de calúnia. Seu advogado, Rubens Nunes, diz que a ação do Ministério Público é apenas ato "pro forma" e que a conclusão será favorável a Arthur do Val (veja abaixo).
Durante debate promovido pela ConecTV, emissora de Osasco, Arthur do Val questionou Tatto sobre o tema.
"Eu quero fazer uma pergunta que nenhum outro candidato tem coragem de fazer. Estou cara a cara com o senhor e a pergunta é bem simples: qual que é a sua relação com o PCC?”, disse o candidato do Patriota.
Ao vincular o adversário ao grupo criminoso e ao dizer que a família de Tatto faz "sabe-se lá o quê" com dinheiro público, ele pode ter incorrido em crime contra a honra, avaliou Walfredo Cunha Campos, promotor eleitoral da 2ª Zona, que solicitou a abertura do inquérito.
Nas redes sociais, Arthur do Val compartilhou texto de 2014 da revista Veja que tratava de encontro do então deputado do PT, Luiz Moura, com perueiros. A polícia civil se dirigiu ao local da reunião por suspeitar que ali se encontrariam operadores do sistema de transportes da SPTrans e integrantes do PCC.
Moura foi suspenso e expulso do PT depois do episódio, mas sempre negou qualquer relação com o PCC. A relação que Arthur do Val tenta estabelecer é que Jilmar Tatto seria aliado de Moura e por isso teria alguma proximidade com o PCC.
"Lave a sua boca antes de falar da minha família e falar de mim. Tenha respeito. Você como deputado não fez nada por São Paulo. Meça suas palavras. Não venha colocar suspeição na vida dos outros", respondeu o candidato petista no debate.
Após o evento , Arthur do Val foi ao encontro de Tatto, que se recusou a dar a mão a ele. O petista repreendeu a conduta do adversário e disse que teve que andar com colete à prova de balas durante o período que foi secretário de Transportes (2003-2004) na gestão Marta Suplicy (PT).
"Você sabe o que eu passei, cara? Para fazer essa porra funcionar no transporte? E aí vem você aqui, eu nunca te vi, entendeu? E fala um monte de merda para cima de mim, cara? Eu funciono desse jeito, com sinceridade, com paixão. É isso que eu tô te cobrando, sabe? Você tem que conhecer a minha história, cara", disse Tatto.
"Tem que ser outro nível, cara. É assim que a gente vai construir a democracia", completou.
"O Tatto propôs um processo eleitoral contra o Arthur em razão da pergunta sobre o PCC realizada no debate. O próprio juizo eleitoral negou a liminar, haja vista que há noticiais de sua ligação com parlamentares petistas que participaram de reuniões com o PCC, fato público e notório. O parecer do MPE pelo prosseguimento processual é ato pro forma. A sentença deve ratificar a liminar e julgar improcedente o pedido do petista. Acho curioso um assecla do Lula se socorrendo ao mesmo MP que colocou aquele bandido na cadeia", diz Rubens Nunes, advogado de Arthur do Val e candidato a vereador em São Paulo.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters