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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Governador do Rio escolhe investigado pela PF delatado por Cabral para comandar penitenciárias do estado

Victor Hugo Poubel é suspeito de ter recebido propina da organização criminosa chefiada pelo ex-governador

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Após a Polícia Federal prender Raphael Montenegro, então secretário de Administração Penitenciária do Rio, por suspeita de ligação com uma facção criminosa, o governador Cláudio Castro escolheu para a vaga Victor Hugo Poubel.

Delegado federal, Poubel é investigado pela própria PF por suspeita de ter recebido propina da organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sergio Cabral por meio de Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio.

Cabral chegou a delatar Poubel em seu acordo de colaboração premiada que foi anulado pelo STF.

Segundo Cabral, o delegado, entre 2012 e 2013, teria procurado a cúpula do governo fluminense para fornecer informações sobre investigações em andamento na PF do Rio que envolviam Hudson Braga.

Viatura da Polícia Federal - Sigmapress/Folhapress

Poubel teria solicitado o pagamento de R$ 300 mil a ser efetuado via um escritório de advocacia.

“O colaborador disse ter entendido claramente que se tratava de um pedido de pagamento de propina, ou melhor, uma extorsão policial, na forma como se expressou. O valor solicitado, sob o pretexto de pagamento de honorários, seria de R$ 300.000,00, para resolver o problema”, diz trecho de um relatório da PF anexado ao acordo de colaboração.

Ainda segundo Cabral, o delegado tentou convencer assessores do governador sobre uma possível nomeação para o cargo de secretário de Segurança Pública.

Caso fosse nomeado, disse o ex-governador, Poubel teria dito que “formaria uma rede de proteção para ele e seus aliados”.

Poubel, antes mesmo da delação de Cabral, era investigado pela PF por sua ligação com Hudson Braga.

O inquérito foi aberto após os investigadores encontrarem no celular de Braga uma série de conversas e registros de encontros com o delegado federal.

Na investigação, a PF chegou a ouvir o assessor especial de Cabral, Ary Ferreira das Costa Filho.

Mesmo sem fechar um acordo de colaboração, diz a PF em relatório, Ary confirmou todos os fatos narrados por Cabral sobre Poubel ter solicitado o pagamento de propina por meio de um escritório de advocacia

A PF ainda realizou algumas diligências e descobriu que, em 2014, Poubel esteve no gabinete do então governador Sérgio Cabral.

Além disso, pesquisas no sistema interno da corporação mostraram que Poubel acessou investigações de interesse do grupo de Cabral em que ele não atuava como delegado.

“Os inquéritos acima expostos, consultados pelo Victor Poubel, não eram presididos por ele, entretanto, a referida autoridade policial ocupava a função de Chefia da Unidade, possuindo acesso a todos, pelos Siscart, não se sabendo ainda se havia motivo plausível para acesso aos mesmos (inquéritos), naquelas datas”, diz a PF.

Ao Painel Poubel afirmou que desconhece “qualquer fato criminoso” imputado a ele e que a inclusão de seu nome na delação de Cabral é um absurdo.

“Sou delegado federal há 27 anos, passei por diversos setores da PF, estava trabalhando normalmente na PF do Rio, e nunca fui chamado para explicar qualquer fato desta natureza”, disse.

O delegado também disse que desconhece o inquérito aberto contra ele e que nunca foi chamado para depor.

“Se tive alguma relação (com o grupo de Cabral), esta foi apenas institucional. Qualquer coisa além disso é mentira ou manipulação”, afirmou.

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