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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

'Capitã cloroquina' retira do Lattes manifestações de raiz golpista de Bolsonaro

Preenchimento com participação em atos de rua é incomum na plataforma de currículos acadêmicos

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A médica Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como "capitã cloroquina", atualizou seu currículo e retirou da plataforma Lattes a participação nos atos de raiz golpista promovidos por Bolsonaro no 7 de Setembro do ano passado.

Mayra, que ganhou seu apelido pela defesa de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19, havia incluído as manifestações na seção do Lattes destinada à produção técnica, como revelou o Painel.

A plataforma Lattes é um reservatório de currículos acadêmicos do país, no qual os pesquisadores devem listar o que têm produzido em suas áreas de atuação, como artigos, livros, cursos, etc.. Não é comum a inclusão de participação em manifestações de rua.

Mayra Pinheiro convoca apoiadores de Jair Bolsonaro para atos do 7 de Setembro - Reprodução/@dramayraoficial

O apagamento foi feito na sexta-feira (28), dia em que a reportagem foi publicada. Ela também editou itens do currículo —apagou, por exemplo, o título que havia dado à entrevista concedida à atriz bolsonarista Antônia Fontenelle, "Não me deixaram completar uma frase na CPI". Agora consta apenas como entrevista concedida.

Na mesma data, Mayra enviou uma nota à coluna, por meio de sua assessoria de comunicação, dizendo que não há nada de ilegal ou imoral no que fez.

Ela disse que a Folha tenta "difamar e criar uma narrativa falaciosa" a seu respeito e que a plataforma Lattes permite que "pesquisadores e estudantes incluam, além dos dados relevantes sobre a trajetória acadêmica e atividades profissionais, informações sobre entrevistas, mesas redondas, programas e comentários de mídia dentro da aba ‘Produções'".

Reprodução do perfil de Mayra Pinheiro na plataforma Lattes; médica agora retirou as manifestações do currículo - Reprodução/plataforma Lattes

Mayra foi um dos nomes do governo federal à frente das incessantes recomendações de remédios sem eficácia contra a Covid-19, como hidroxicloroquina e cloroquina.

Partiram dela a força-tarefa de Manaus para incentivar o uso desses medicamentos durante o colapso marcado por falta de leitos e de oxigênio, o ofício que afirmava ser inadmissível a não utilização dessas drogas na capital do Amazonas durante seu colapso e também o TrateCov, página na internet que orientava a administração de cloroquina e antibióticos até para dor de barriga de bebê.

A CPI da Covid sugeriu seu indiciamento sob acusação de epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade.

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