Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Igreja Universal vai da perplexidade à promessa de resistência após vitória de Lula
Textos da Folha Universal passam da incredulidade com resultado à exaltação aos atos de rua contra o petista
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Desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial, o jornal da Igreja Universal do Reino de Deus, Folha Universal, lançou duas edições.
Na primeira delas, usou a palavra "perplexidade" para descrever o estado de ânimo. Na segunda, prometeu combatividade contra o petista.
O editorial "Perplexos, mas não desanimados", de 6 de novembro, argumenta que ainda que não seja possível compreender sempre os motivos, é preciso agradecer a Deus e confiar em seus planos.
"O desejo mais genuíno deve ser de querer o melhor para o Brasil e para cada brasileiro. Não importa se o voto na urna eletrônica foi dedicado a Lula, a Bolsonaro ou se houve abstenção do direito cívico de votar. Mesmo que as opiniões sejam divergentes, não se deve desejar o mal de ninguém e muito menos um país dividido, mas continuar intercedendo em prol do Brasil e das autoridades —e também permanecer fiscalizando o trabalho de políticos eleitos", diz o texto.
"Nada é maior que a fé e a confiança em Deus. Se foi feita a Sua Vontade, Ele tem razões para isso e elas sempre são as melhores", complementa, em visão similar à apresentada publicamente pelo bispo Edir Macedo, principal líder da Universal.
Na edição seguinte, de 13 de novembro, o jornal publicou dois textos com passagens enfáticas contra o presidente eleito.
Dois fatores podem ajudar a explicar a mudança de disposição. Um deles foi o crescimento das manifestações golpistas no período, e o outro foi a rejeição por parte do PT de acenos feitos por Macedo. Gleisi Hoffmann, presidente da sigla, disse em 4 de novembro que dispensava o perdão do bispo.
O texto "Dois Brasis", assinado por Denis Farias, que é fiel da igreja e já ocupou cargo em governo do Republicanos, partido associado à denominação neopentecostal, diz que os protestos "são um indicativo do que aguarda o governo esquerdista".
"Metade do povo brasileiro não aceita a agenda socialista que Lula e seus correligionários querem implantar no país", continua, prometendo "séria e combativa resistência" ao que chama de "ideologia de gênero nas escolas para crianças e adolescentes".
"Duas forças emergem para fazer frente ao modo petista de administrar os cofres públicos: um Congresso de maioria de direita e metade da população que se organiza por todo o Brasil", completa Farias, que assina com frequência textos no espaço de editorias da Folha Universal.
Na conclusão, o texto diz que, "se Lula e seus comparsas voltarem à prática do que os levou ao banco dos réus, tanto a Polícia Federal quanto o povo brasileiro vão se mobilizar novamente para conduzi-los para mais uma estadia na carceragem da Papuda".
Na mesma edição, uma reportagem a respeito do novo Congresso brasileiro diz que "a esquerda está, possivelmente, voltando a comandar o Estado, mas os valores conservadores não serão subjugados".
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