Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Equipe de Bolsonaro vai ao PL preparar seu retorno ao Brasil

Ex-presidente deve chegar na próxima quinta e começar a despachar na sede do partido na segunda

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Juliana Braga

Brasília

Uma equipe que assessora o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi nesta sexta-feira (24) à sede do PL preparar o seu retorno ao Brasil.

A chegada de Bolsonaro está prevista para a próxima quinta-feira (30). A expectativa é que ele comece a despachar do espaço já na segunda-feira (3).

Ainda assim, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, aguarda uma confirmação mais clara de que o retorno será mesmo nessa data para programar como será. O ex-presidente já alterou o dia em outras ocasiões.

Mas como a data planejada coincide com o fim da Marcha dos Prefeitos, há a expectativa de que os gestores municipais da legenda tentem organizar algum ato. Há a possibilidade de os apoiadores o encontrarem no aeroporto e o acompanharem em direção à casa onde irá morar.

A sala do ex-presidente já está pronta e mobiliada. Fica em frente ao espaço de onde despacha a sua mulher, Michelle Bolsonaro.

A ex-primeira dama já está dando expediente regularmente na sede do partido desde que voltou ao país. Segundo relatos, tem ido diariamente e feito conversas com lideranças políticas e parlamentares.

Após ter sido derrotado por Lula (PT), o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve recluso e decidiu, às vésperas do fim de seu mandato, embarcar para os EUA, deixando de cumprir o rito democrático de passar a faixa ao seu sucessor. Folhapress/Pedro Ladeira - 30.dez.22

Bolsonaro ficou em Orlando, na Flórida, na casa do lutador José Aldo, em meio à pressão de inquéritos e ações judiciais no Brasil e questionamentos políticos de apoiadores que defendiam golpe militar e aliados que passaram a questionar sua capacidade de liderar a oposição ao governo Lula. Folhapress/Thiago Amâncio - 1º.jan.23

Enquanto isso, Lula tomava posse com um grupo diverso de cidadãos entregando-lhe a faixa, em simbolismo à sociedade brasileira, em uma cerimônia em Brasília sob esquema reforçado de segurança. Folhapress/Gabriela Biló - 1º.jan.23

No primeiro domingo após a posse de Lula, apoiadores golpistas de Bolsonaro invadem a praça dos Três Poderes e depredam os prédios do Planalto, do STF e do Congresso; nos EUA, o ex-presidente Jair Bolsonaro diz que depredações "fogem à regra" da democracia e, semanas depois, critica as prisões realizadas na ocasião. Folhapress/Gabriela Biló - 8.jan.23

Durante os ataques, golpistas destruíram símbolos da história do país, como obras de arte e o relógio que Dom João VI trouxe para o Brasil em 1808; grupos bolsonaristas espalham fake news atribuindo os atos violentos a esquerdistas infiltrados . TV Globo/Reprodução - 8.jan.23

O ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, endurece ações contra os envolvidos em atos golpistas, quando foram presas mais de 1.400 pessoas, e autoridades suspeitas de instigar ou se omitir diante dos ataques . STF/Rosinei Coutinho - 11.jan.23

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres tem sua prisão decretada sob suspeita de omissão após ter sido nomeado Secretário de Segurança Pública do DF e viajar aos EUA de férias. Twitter/Reprodução - 13.jan.23

A PF apreende na casa de Anderson Torres uma minuta de decreto golpista; o texto declarava estado de defesa na sede do TSE em 2022 e visava reiniciar o processo eleitoral após a vitória de Lula; o ex-ministro de Bolsonaro diz que a proposta não chegou a ser cogitada. Núcleo de Imagem/Reprodução

Com a derrota de Bolsonaro, sua permanência no exterior e a ação violenta de bolsonaristas radicais, antigos aliados se distanciaram do ex-presidente, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); ele foi o primeiro a reconhecer a vitória de Lula e teve apoio do governo para manter-se no cargo. Reuters/Adriano Machado - 11.jan.23

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lançado às eleições por Bolsonaro, também adotou discurso pragmático, afirmou não ser bolsonarista raiz e manteve boa relação com Lula no começo do governo. Ricardo Stuckert/Divulgação

Tarcísio já afirmou tratar Lula como sócio, e esteve ao lado do petista em momentos importantes, como nos desastres ocorridos pela chuva no litoral norte de São Paulo. Ricardo Stuckert/Divulgação - 20.fev.23

Após estreita relação com Bolsonaro nos últimos quatro anos e depois da suspeita de omissão de militares nos ataques golpistas de 8 de janeiro, as Forças Armadas viram aumentar a pressão para se afastar do bolsonarismo; a crise de confiança levou Lula a trocar o comandante do Exército e escolher Tomás Miguel Miné Ribeiro, que havia defendido a despolitização da instituição. Ricardo Stuckert/Divulgação

A permanência de Jair Bolsonaro nos EUA nos primeiros meses do ano gerou irritação de antigos apoiadores; sua volta foi cogitada em vários momentos, até o senador Flávio Bolsonaro (PL) já anunciou data de retorno, mas recuou minutos depois. Getty Images via AFP/Joe Raedle - 3.fev.23

A revelação do escândalo das joias milionárias enviadas pela Arábia Saudita a Bolsonaro (parte retida pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos em 2021 e parte incorporada ao acervo pessoal dele) agravou a situação política do ex-presidente, cobrado a dar explicações sobre supostas ilegalidades e a devolver os bens . Folhapress/Danilo Verpa - 14.mar.23

Enquanto parte de antigos aliados se distanciam de Bolsonaro, outros se aproximam de seu rescaldo ideológico, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que utilizou o plenário da Câmara para fazer discurso transfóbico no Dia Internacional da Mulher. TV Câmara/Reprodução - 8.mar.23

Foi o próprio Valdemar quem confirmou o retorno de Bolsonaro ao Brasil, em um anúncio nas redes sociais.

Bolsonaro viajou para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência, e, rompendo uma tradição democrática, não passou a faixa presidencial para seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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