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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Setor de moedas digitais, como bitcoin, faz raio-X do mercado

Associação de 37 corretoras deve fechar acordo com empresa de auditoria

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São Paulo

O setor de criptomoedas, como o bitcoin, quer um raio-X do mercado este ano para pleitear uma regulamentação no país.

A Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB), que representa 37 corretoras, está prestes a fechar um acordo com uma empresa de auditoria para fazer um mapeamento de casas que comercializam criptomoedas (exchanges).

O segmento quer números sobre empresas, empregados e faturamento médio no Brasil.

Segundo Fernando Furlan, ex-Cade e presidente da associação, a apuração é fundamental para a obtenção de um Cnae (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas) específico. O cadastro é um instrumento de padronização de atividades econômicas ligado ao IBGE.

Símbolo do bitcoin, moeda digital cujo valor disparou nesta terça (2) - Benoit Tessier/Reuters

Além disso, as corretoras também aguardam um posicionamento do Cade, que investiga denúncia de prática anticoncorrencial dos maiores bancos do país contra as corretoras. A decisão sai em 18 de maio.

O inquérito administrativo apura acusação da associação contra Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco Inter e Sicredi.

As instituições financeiras fecharam contas de corretoras sem justificativa ou com argumento de falta de interesse comercial. Segundo a ABCB, foram cerca de nove desde o fim de 2017.

Os bancos alegaram precauções contra atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e esquemas de pirâmide.

"Não vejo como uma briga com os bancos e não nos opomos a um eventual acordo", diz Furlan. Segundo ele, se há suspeita de ilicitude, eles precisam indicar a origem, não simplesmente fechar a conta.

Os bancos também informaram que as criptomoedas não são reguladas e citam a ausência do Cnae para a atividade. 

Em uma primeira decisão sobre o tema, em outubro do ano passado, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça determinou que as instituições não violam a lei ao encerrarem as contas sem justificativa. 

Para Furlan, as próximas ações que envolvem o tema devem ser baseadas no direito de concorrência, não de consumo.

A associação defende uma regulamentação que "não estrangule" as startups que nascem desse tipo de negócio e diz costurar apoio no Congresso desde 2018 para proposições sobre o tema.

Os principais parlamentares ligados ao tema são Mariana Carvalho (PSDB-RO), Daniel Coelho (PPS-PE) e o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL).

Disparada  O bitcoin registrou seu valor mais alto em quase cinco meses nesta terça (2). A moeda subiu 20% e ultrapassou a barreira dos US$ 5 mil, que não alcançava desde novembro.

com Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Paula Soprana  

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