Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Mudança de brasileiros ricos para o exterior cria mercado de revenda de móveis de luxo
Empresa fotografa móveis na casa do cliente e os vende a partir da internet
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Garimpo de luxo O êxodo de brasileiros de alta renda para destinos como Miami e Lisboa criou um novo mercado para a prática do "família vende tudo". Para se diferenciar de sites de venda como OLX e Mercado Livre, a empresa BossaNossaCasa vai com sua própria equipe visitar as residências dos clientes de mudança. Fotografa os móveis usados, posta no site e faz a entrega, intermediando toda a operação. Em pouco mais de um ano, 300 vendedores se desfizeram de 1.200 peças.
Segunda mão A empresa cobra comissão de 25%, segundo Camila Nascimento, criadora do negócio, que afirma preferir peças de designers contemporâneos. “Como são móveis caríssimos, a pessoa não topa doar. Ela vende para comprar novos no outro país”, diz.
Curva O item mais caro já revendido pelo BossaNossaCasa foi uma das peças de mobiliário desenhadas por Oscar Niemeyer. Saiu por R$ 50 mil, de acordo com a empresa.
Desapego Nascimento reconhece que, na elite, há preconceito com a venda de bens usados. Mas para vencer a resistência, argumenta que faz curadoria para ter peças selecionadas. Não é o dono do móvel quem precifica. A ideia é trabalhar com valor de mercado, e não com valor emocional.
Vizinhança Dez famílias brasileiras compraram apartamentos no empreendimento de luxo Turnberry, em Miami. Com entrega prevista para julho, o prédio de 54 andares terá três restaurantes, três piscinas e 150 unidades com área de até 1.800 m² cada uma. Os preços variam de US$ 3,5 milhões a US$ 35 milhões.
Vista A alta do dólar não preocupa o público de multimilionários interessados nos apartamentos, segundo a equipe de vendas.
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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