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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Aumento da presença feminina nos conselhos das empresas segue fraco, diz pesquisa

Pouco mais de 11% dos assentos estão ocupados por mulheres, segundo a Teva Índices

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São Paulo

A despeito do debate sobre o tema, o crescimento da presença feminina nos conselhos de administração das empresas de capital aberto segue fraco, segundo levantamento da Teva Índices. Hoje, 11,6% dos 1.846 assentos analisados são ocupados por mulheres, alta de apenas 1,2% nos últimos 12 meses.

Segundo o levantamento, o Sudeste tem o maior número de empresas com duas ou mais mulheres no conselho, mas fica abaixo da média nacional da representação proporcional no total de companhias da região. O Sul é quem puxa a média nacional (19,3%) com 14 empresas que representam 33% das companhias da região. Os piores indicadores estão no Centro-Oeste.

Camilla Giometti, 43, coordenadora de marketing na Shorts Co: "Nunca me identifiquei com conselhos dados pela minha geração, do tipo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ou “jovem tem que comer grama”. Minha geração era calada. Cresci obedecendo, tive de aprender a contestar, ainda mais por ser mulher. Nas reuniões, os homens dominavam. Hoje temos mais voz." . Lucas Seixas/Folhapress/

Alexandre Menezes, 22, estagiário na consultoria Kyvo: "Não ligo para a idade, trabalho com pessoas mais velhas, até a geração X (de 1961 a 1981). Noto apenas que os colegas reparam no meu cabelo pintado, na tatuagem. E são mais viciados em celular do que eu.". Lucas Seixas/Folhapress/

Augusto Pinto, 72, sócio da RPMA Comunicação: "Em 2001 fundei minha agência. Somos 140 funcionários, e a maioria tem menos de 30 anos. Minha geração tendia a querer impor regras, e era muito obediente às hierarquias. Isso não funciona mais no mundo corporativo atual." . Lucas Seixas/Folhapress/

Flávia Lorenzetti, 35, head no Brasil da rede de hotéis Selina: "A geração Z tem desculpa para tudo. Não gosta de críticas e quer tudo para ontem. Às vezes não adianta chamar esse pessoal para uma reunião formal. Quando quero conversar, promovo uma aula coletiva de ginástica, chamo para um café. A dinâmica com a molecada é outra.". Lucas Seixas/Folhapress/

Monica Herrero, 55, conselheira da multinacional de tecnologia Stefanini e ex-presidente da empresa: "Diversidade significa diferenças de gênero, idade e raça dentro da organização. Nisso, a gente tem muito o que evoluir. Não adianta ter um programa formal se você não consegue embutir isso dentro das pessoas. Primeiro, a organização deve estar aberta a respeitar o diferente, porque assim não são criadas barreiras de entrada. Depois, é preciso trabalhar para que essas pessoas se sintam acolhidas.". Lucas Seixas/Folhapress/

Lincoln Ando, 28, fundador da startup de identidade digital Idwall: "Infelizmente, não temos uma diversidade tão grande. Ainda somos uma empresa pequena, com quase 150 funcionários. A média de idade está em torno de 27 anos, mas já foi menor. Agora estamos trazendo pessoas sênior —a mais velha na empresa tem 47 anos".. Lucas Seixas/Folhapress/

Maria Eduarda Silva, 25, resolveu pedir demissão do Itaú quando fez sua cirurgia de redesignação de gênero, mas sua gestora não aceitou e a manteve na empresa; pouco depois, foi promovida. /Lucas Seixas

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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