Aumentou de forma expressiva neste ano o número de denúncias enviadas ao Ministério Público do Trabalho envolvendo casos de discriminação de trabalhadores por raça, cor, origem e etnia. Até esta segunda (23), os procuradores receberam 181 denúncias, 38% a mais do que no ano passado inteiro, de acordo com levantamento do órgão. O número de novos inquéritos civis, no entanto, caiu. Foram abertos somente 47 até agora neste ano, 64% menos do que no ano passado.

Para a procuradora Fernanda Diniz, o aumento de denúncias reflete a maior preocupação com a questão racial no país. “O movimento negro está conseguindo tornar suas pautas mais evidentes, e as pessoas têm consciência de que certas coisas são criminosas”, diz.

Os procuradores moveram oito ações civis públicas contra empresas neste ano. Foram três em 2019. O número de termos de ajuste de conduta negociados com empresas investigadas também foi menor neste ano. Houve 12 acordos até agora. No ano passado, foram celebrados 30.

A procuradora Adriane Araújo diz que os mais simples têm sido solucionados pelas empresas com mudanças pontuais, evitando a abertura de investigações. Segundo Diniz, a dificuldade para encontrar testemunhas e provas prejudica o encaminhamento de muitos casos.

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