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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Brasil foi bem avaliado pelas multinacionais em 2020

Mais de 50% dos presidentes e diretores das companhias mostram otimismo na divulgação de resultados

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São Paulo

O Brasil recebeu boas avaliações na rodada de divulgação dos resultados financeiros das multinacionais em 2020. Levantamento realizado pelo Painel S.A. sobre o que foi dito pelos executivos durante as teleconferências de apresentação de desempenho de 70 multinacionais com operação aqui aponta que 53% deles usaram um tom positivo ao falar do país. Mais de 40% ficaram neutros ou otimistas com ressalvas e cerca de 6% demonstram preocupação maior.

Os presidentes e diretores de gigantes como Uber, ​L’Óreal, Heineken e Pepsico​ são alguns dos mais enfáticos. O Brasil teve um "excelente desempenho". Essa foi a expressão usada por Dolf van den Brink, presidente da Heineken, na apresentação do balanço do quarto trimestre da cervejaria holandesa no mês passado.

Garrafas de Heineken; cervejaria holandesa está otimista com a operação no Brasil e acredita que tem espaço para agregar valor no futuro - Reuters

Brink fez a ressalva de que o período foi desafiador por causa da retomada das medidas restritivas de circulação no fim do ano, mas destacou que a Heineken cresceu 40% no país em 2020 e a Devassa, outra marca do grupo, teve um "grande impulso".

Segundo o executivo, a Heineken conseguiu equilibrar seu portfólio no Brasil com marcas premium e econômicas, embora a receita por hectolitro ainda seja relativamente baixa. Mas a cervejaria está otimista com a operação no país e acredita que tem espaço para agregar valor no futuro.

No setor de cosméticos, Christophe Babule, vice-presidente e diretor financeiro da francesa L’Óreal, usou a expressão “bom crescimento” para se referir à alta de 10,5% das vendas no Brasil, que amenizou a queda de 1,5% na América Latina. A linha econômica da L’Óreal Paris teve uma reviravolta no mercado brasileiro e fechou 2020 com o melhor desempenho para a marca desde 2013.

No mercado de aplicativos de transporte, que sofreu baque mais pesado nos primeiros meses da quarentena, a Uber viu o mercado brasileiro recuperar 90% das corridas afetadas na pandemia. Dara Khosrowshahi, presidente da Uber, diz que o país mostra sinais atraentes, embora 30% dos motoristas de alto valor ainda não tenham registrado a retomada.

Para Ramon Laguarta, da multinacional de alimentos Pepsico, dona de marcas como Toddy, Doritos e Gatorade, o país tem tido um papel importante no aumento da participação de negócios da companhia na América Latina.

"O Brasil tem sido muito forte ao longo do ano. E nos sentimos muito bem em relação ao nosso negócio brasileiro em termos de participação de mercado. O crescimento da categoria de bebidas e snacks tem sido muito, muito positivo no Brasil" disse o executivo.

No setor de eletrodomésticos, o tom da Whirlpool foi mais moderado. A dona da Brastemp e da Consul fez previsão de um crescimento modesto na América Latina em 2021. Entre outros fatores, Jim Peters, diretor financeiro da empresa, atribui a projeção ao recuo dos benefícios concedidos pelo governo brasileiro, como o auxílio emergencial. Ele nega previsão de aumento dos preços no Brasil.

Os diretores da Mapfre (seguros) e da Bunge (alimentos) também deram mensagens positivas, mas com ressalvas. Câmbio e o ambiente de volatilidade no país são os pontos de atenção.

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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