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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Restaurantes entram no movimento para pedir a volta do horário de verão

Abrasel assinou solicitação para Bolsonaro; iniciativa foi lançada por entidades do turismo

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São Paulo

O movimento de empresários do turismo que pede a volta do horário de verão teve a adesão de um setor com alta capilaridade no país. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) entrou na campanha.

O pedido, enviado a Bolsonaro nesta semana, também foi assinado por representantes de entidades de turismo de Santa Catarina, Paraná, Bahia e São Paulo. A carta cita a crise hídrica, dizendo que a medida não gera grandes reduções no consumo de energia, mas tem efeitos positivos no setor.

Em 2019, o Brasil deixou de adotar o horário de verão. Sem interrupção há 34 anos, a medida funcionava sob a justificativa da economia de energia. O decreto foi assinado por Jair Bolsonaro (PSL) no dia 25 de abril. O presidente disse que se baseou em estudos do Ministério de Minas e Energia que mostraram que não existe economia. Folhapress/Pedro Ladeira

Adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, o horário de verão tinha as regras definidas anualmente até 2008, quando um decreto da Casa Civil definiu o período e os estados que deveriam instituí-lo . Folhapress/Reinaldo Canato

Principal objetivo da medida, a economia de energia foi contestada em um projeto de lei de 2017 baseado em estudos do setor elétrico. O (ONS) Operador Nacional do Sistema Elétrico considerou nula a economia de energia durante o horário de verão 2017/2018. Folhapress/Reinaldo Canato

Na primeira vez em 35 anos sem a regra, muitas pessoas ficaram confusas na madrugada de domingo, 20 de outubro de 2019. Aparelhos de celular adiantaram uma hora, situação prevista por algumas empresas, como a Motorola, que enviaram alertas durante a semana. Folhapress/Gabriel Cabral

O Google divulgou uma nota explicando que ainda existe a possibilidade de que os aparelhos que não tiveram o horário alterado sejam afetados no dia 3 de novembro de 2019, já que a data de início do horário de verão foi modificada em 2018. AFP/Georges Gobet

O fim do horário de verão também foi aprovado no Parlamento Europeu, e as novas regras começam a valer em 2021. A questão é delicada, já que o fuso horário do bloco passa por 17 países e uma mudança descuidada poderia fazer com que as pessoas no oeste da Espanha só vissem o sol nascendo às 10h, por exemplo. AFP/Dominique Faget

Eles argumentam que os ajudaria a expandir o horário de atendimento das atividades turísticas à luz do dia.

A extinção do horário de verão foi uma das primeiras medidas de Bolsonaro, que veio por meio de um decreto ainda em abril de 2019.​ Na época, o presidente apostava que a mudança elevaria a produtividade do trabalhador brasileiro porque, segundo ele, afetava o relógio biológico da população.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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