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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu petrobras

Associação de companhias aéreas pede revisão em política de preços da Petrobras

Aumento do querosene pressiona valor de passagens e pode inibir retomada, diz setor

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São Paulo

A Abear, associação que reúne as grandes companhias aéreas no Brasil, reforçou o discurso a favor de revisão na política de paridade internacional de preços da Petrobras após o novo aumento no preço do QAV (querosene de aviação), na sexta (1º), que superou 18% em Guarulhos e outros aeroportos.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, afirma que as altas deste ano, somadas à elevação de 92% no preço médio do combustível de avião no ano passado ante 2020, mais que dobram o custo do insumo no período e vão comprometer o momento de recuperação do setor.

"Esse país precisa enfrentar um debate sobre a política de paridade internacional. Isso tem de ser feito de forma racional e técnica. Eu tenho consciência de que há impactos econômicos, políticos, legais nesse tema, mas é inadiável. Os efeitos desses números sobre os consumidores e sobre a sociedade tornam esse debate inadiável", diz Sanovicz.

Aeronave em aeroporto de Cumbica, em Guarulhos - Zanone Fraissat - 19.nov.2020/Folhapress

Ele argumenta que, há décadas, quando o Brasil comprava no exterior mais da metade do QAV, a paridade internacional era compreensível.

"Mas hoje, 90% do querosene de aviação consumido no Brasil é produzido aqui. Ora, nós compramos um querosene que, entre a produção e o consumo, viajou 100 quilômetros ou menos. O do Galeão vem por duto, direto da Reduc. E o consumidor brasileiro paga como se o QAV tivesse viajado milhares de quilômetros vindo do Golfo do México", diz.

O aumento do preço do combustível dos aviões tem sido tratado no setor aéreo como uma dor de cabeça muito preocupante porque tem potencial de elevar o valor das passagens a um nível capaz de inibir o consumo e provocar um corte na oferta de voos.

"É preciso enfrentar esse debate porque esses custos que não estão sujeitos a nenhum aspecto de governabilidade no Brasil, que estão ligados a câmbio, petróleo, guerra, recaem sobre os setores produtivos e sobre os consumidores", afirma Sanovicz.

A fala do presidente da Abear se soma a outras iniciativas das entidades do setor aéreo em torno do assunto do preço do combustível. No mês passado, diversas entidades setoriais foram ao Cade para pedir que o caso do aumento do QAV seja incluído no âmbito do inquérito administrativo que apura possíveis abusos da estatal no mercado de combustíveis.

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