Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Atraso na liberação de trigo em Santos poderá chegar ao preço do pão
Sindicato diz que manter prazo para cargas vivas e perecíveis; indústria do trigo diz ter 38 mil toneladas esperando liberação em Santos
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A operação-padrão realizada por auditores-fiscais da Receita Federal está causando um efeito cascata sobre o tempo de espera para a liberação de mercadorias no porto de Santos (SP), afetando também produtos considerados essenciais.
Segundo o Sindifisco Nacional (sindicato dos auditores), desde o início da operação, há quase cinco meses, medicamentos, cargas vivas, fornecimento de consumo de bordo e perecíveis de curta duração continuam sendo liberados normalmente pelos servidores. As demais passaram de cerca de 24 horas para 20 dias.
Em nota divulgada neste domingo (17), o sindicato dos auditores diz que, segundo o Sindustrigo (sindicato das indústrias do setor), "a demora na liberação do cereal pode afetar a moagem do grão em São Paulo e acarretar o aumento do preço do pão."
O sindicato diz que um atraso na liberação de cargas de trigo, relatado pela indústria do setor, pode ter sido causado por esse efeito cascata, que tem gerado acúmulo de outras mercadorias, como peças de automóveis e eletrodomésticos.
A hipótese levantada pelo Sindifisco para demora na liberação do trigo –cerca de 38 mil toneladas estariam paradas– é a de que o acúmulo de cargas na fila esteja resultando em falta de espaço de armazenamento no porto de Santos.
Joana Cunha com Fernanda Brigatti e Andressa Motter
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