Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Consulado chinês faz fila de visto na rua em bairro nobre de SP
Empresas enfrentam dificuldade para enviar profissionais em viagens a negócios
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Empresas que precisam enviar seus profissionais para viagens de negócios à China estão preocupadas com o gargalo na concessão dos vistos no consulado em São Paulo.
Brasileiros que deram início ao processo de obtenção de visto estão aguardando até dois dias pelo atendimento presencial na capital paulista. O agendamento online foi suspenso, formando filas desde a madrugada na calçada do órgão, que atende 30 pessoas por dia.
Na tarde desta terça-feira (7) mais de 50 pessoas aguardavam na fila para serem recebidas na quarta (8). O atendimento acontece das 9h às 12h e não é possível contato por telefone ou e-mail.
Um aviso na entrada do prédio afirma que o funcionamento deve ser normalizado até a metade de abril e pede que os solicitantes não esperem na rua. Porém, dezenas de pessoas aguardam com guarda-sol, cadeiras e fazem revezamento na rua Estados Unidos, região nobre de São Paulo.
Nem todos vão protocolar seus vistos. Há relatos de venda de vaga por até R$ 800.
Segundo a empresa de imigração Fragomen, o crescimento da demanda pelos serviços consulares chineses era esperado.
No ano passado, a empresa afirma que sua demanda de vistos para países asiáticos aumentou 197%.
Para Diana Quintas, sócia da Fragomen no Brasil, a tendência é que a demanda pelo visto chinês siga em alta.
"A China foi um dos últimos países a reabrir as fronteiras para estrangeiros e é um dos principais destinos do turismo de negócios no mundo hoje. Além dos brasileiros que precisam de vistos, o consulado também atende aos cidadãos chineses no Brasil. E São Paulo é o lugar com maior população de chineses. No consulado do Rio, o agendamento online está funcionando normalmente, mas os consulados da China seguem um critério de jurisdição, ou seja, moradores de São Paulo não podem ir fazer o visto no Rio", diz Quintas.
O Painel S.A. tentou contato com o consulado, mas não obteve resposta.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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