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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Teles entram em guerra contra Netflix e outras big techs

Claro, Vivo e Tim pressionam congressistas por legislação que permita onerar grandes empresas de conteúdo pelo consumo excessivo de dados nas redes

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Brasília

As maiores teles do Brasil —Claro, Vivo e Tim— fazem lobby junto ao Congresso para forçar gigantes de tecnologia, como Netflix e Google, a pagarem uma taxa sempre que o consumo de dados nas redes das operadoras crescer mais do que o previsto pelo setor. Duas são as estratégias, segundo parlamentares ouvidos pelo Painel S.A.

Em uma frente, as operadoras buscam uma nova legislação, criando a possibilidade da cobrança. Hoje, a negociação é livre entre as partes.

Em outro campo, usam o 5G para mudar o Marco Civil da Internet de forma que fique explícito na lei o chamado gerenciamento de tráfego.

Com isso, querem, por exemplo, reduzir a banda da Netflix quando o consumo de seus filmes e séries extrapolar um teto a ser definido.

Banda é como uma faixa de rodovia por onde as teles transmitem dados. No caso em questão, se a rodovia tem quatro faixas, querem estreitar o escoamento dos dados da Netflix, por exemplo, para três ou duas faixas, deixando as outras livres para os demais usuários da rede.

Quando isso ocorre, no entanto, a qualidade da imagem dos vídeos pode ficar prejudicada.

Em outro campo, as operadoras defendem que, para garantir a estabilidade e a velocidade dos sinais de quinta geração em aplicações sensíveis, como carros autônomos e cirurgias à distância, não poderão correr o risco de "surpresas" em suas redes.

Prédio da Netflix, na Califórnia - Chris Delmas - 19.abr.23/AFP

Hoje, a legislação diz que, dependendo do tipo de gerenciamento do tráfego, reduzir a banda de algum usuário (uma big tech, por exemplo) pode se configurar discriminação, o que viola o marco da internet.

As operadoras brasileiras encamparam essa ideia inspiradas nas teles da Coreia, que foram à Justiça contra a Netflix para garantir o direito de gerenciar o escoamento de seus filmes.

No Brasil, as big techs sempre foram resistentes a essa cobrança. Desta vez, em resposta ao lobby das teles, seus representantes dizem para os congressistas que as redes operam com folga de capacidade e que, portanto, seu conteúdo não é um risco.

Lembram ainda que o conteúdo por eles transmitido é o que movimenta o tráfego e os preços cobrados dos usuários finais nos pacotes de dados já bancam os custos totais.

Julio Wiziack com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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