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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Oito em cada dez decisões no Carf são tomadas por unanimidade

Voto de desempate, recém-devolvido ao governo, foi usado em 3,2% dos casos julgados no primeiro semestre

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São Paulo

De janeiro a junho deste ano, somente 3,2% dos processos administrativos julgados no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) foram decididos pelo voto de desempate, conhecido como de qualidade. Dados mais recentes do órgão mostram que 84,1% dos recursos julgados no primeiro semestre foram concluídos com decisão unânime. Houve maioria em 12,2%.

Para a ex-conselheira Gisele Bossa, sócia da área tributária do Demarest, o percentual de decisões unânimes destoa do tom belicoso usado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que por duas vezes comparou os representantes dos contribuintes no Carf a detentos.

Fachada externa do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) - André Corrêa/Senado Federal

"Os conselheiros votam com imparcialidade. Quando ele faz esse tipo de comparação, cai em uma estereotipação sem sentido", diz.

Ela lembra, ainda, que não são incomuns os casos de voto de desempate do Fisco serem favoráveis aos contribuintes e vice-versa. "Essa imagem de mocinhos e bandidos é incompatível."

Segundo dados obtidos pela Folha via Lei de Acesso a Informação, depois que o governo perdeu o voto de desempate, cresceram no Carf os casos em que a União perdeu. Em 2019, 76% dos processos foram favoráveis à Fazenda. Em 2022, foram 51%.

Na terça (26), a entidade que representa os conselheiros e um grupo de associação do mundo jurídico criticaram o ministro pelas falas.

Com Diego Felix

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