Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Acionistas temem que CPI atrapalhe venda da Braskem
Novos grupos querem firmar proposta, mas preocupação é que acidente de Maceió prejudique
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As negociações entre Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras com a Adnoc, estatal do petróleo de Abu Dhabi, foram retomadas, mas existe a preocupação de que seja prejudicada pela CPI da Braskem, após declaração de um conselheiro da petroquímica de que "a dita tragédia de Maceió nunca existiu".
Como noticiou o Painel S.A., o CEO da Lojas Marisa e integrante do conselho de administração da Braskem, João Pinheiro Nogueira Batista, postou em sua página no Linkedin que, graças ao trabalho da administração da petroquímica, mortes foram evitadas, impedindo a tragédia.
As declarações causaram indignação. O senador Renan Calheiros considerou a postagem um escárnio. O governador de Alagoas, Paulo Dantas, também criticou a companhia e o conselheiro.
A publicação de Nogueira Batista foi feita no momento em que o ministro da Indústria e Tecnologia dos Emirados Árabes Unidos, Sultan bin Ahmed Al Jaber, que também preside a Adnoc (Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi), retomou as conversas, após um período de ausência devido à COP 28, sediada no país.
Além da Adnoc, também entraram na disputa a PIC (do Kuwait) e a Aramco (Arábia Saudita). Ambas já estavam interessadas, mas fizeram consultas recentemente para entregar proposta não vinculante e avançar com due diligence.
A avaliação entre os negociadores é a de que, apesar dessas empresas terem recursos mais que suficientes para arcar com os danos causados pelo acidente das minas de sal-gema da Braskem em Maceió, pode haver desinteresse, caso a CPI que apura as responsabilidades e prejuízos "saia de controle" e se torne palco de disputa política.
A Braskem tem valor como ponto de vista estratégico para essas gigantes do petróleo —seria um polo de distribuição de refinados na América Latina—, mas, para isso, exigirá investimentos "estratosféricos", segundo um dos negociadores.
Para ele, mesmo com recursos para fazer esses aportes, os grupos pensam duas vezes para incorporar nessa conta o risco político.
Com Diego Felix
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