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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Bradesco

Bradesco liderou grupo que deu novo fôlego para Casas Bahia

Maior credor puxou fila de bancos que deram mais prazo para varejista, em dificuldades para renegociar dívidas

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São Paulo

Em dificuldade para renegociar suas dívidas desde a crise da Americanas, a Casas Bahia conseguiu fazer com que o Bradesco, seu maior credor, abrisse a fila junto aos demais bancos credores para conter o elevado endividamento do grupo fundado pela família Klein.

O anúncio do reperfilamento de suas dívidas ocorreu nesta segunda (18). Para isso, a empresa alongará o pagamento de R$ 1,5 bilhão em debêntures e créditos bancários, que deveriam ser pagos entre 2024 e 2025, e agora serão devolvidos em três anos corrigidos pelo CDI + 4% ao ano.

Mega loja das casas Bahia na marginal Tietê - Rubens Cavallari/Folhapress

Boa parte das dívidas da Casas Bahia envolve operações com o chamado risco sacado. No terceiro trimestre de 2023, a Casas Bahia reportou R$ 3,6 bilhões de endividamento bruto, além de R$ 1,4 bilhão de saldo com risco sacado, operação que antecipa os recebíveis dos fornecedores por meio de empréstimos junto a instituições financeiras.

O risco sacado foi o epicentro do escândalo financeiro na Americanas, já que era contabilizada inadequadamente ao longo de anos pela varejista, que está em recuperação judicial. Foram mais de R$ 20 bilhões em "inconsistências contábeis" decorrentes desse tipo de operação de crédito com bancos.

Isso causou turbulência no mercado de crédito e, com os juros ainda em níveis bastante elevados, investidores estavam desconfiados da saúde financeira da Casas Bahia, devido ao seu endividamento.

Analistas, no entanto, avaliam que a renegociação não resolve os problemas de endividamento e onera ainda mais a empresa.

" O custo financeiro da operação é de CDI + 4%, ou seja, mesmo com os juros em queda, representa algo próximo de 15% ao ano, patamar ainda elevado", diz o analista José Daronco, da Suno Research.

"Reconhecemos, por outro lado, que o processo de turnaround [transformação do negócio] é gradual e esse alongamento retira a pressão do caixa, enquanto a companhia retoma a lucratividade do seu negócio."

O analista Gabriel Costa, da Toro Investimentos, considera que, apesar do fôlego para as obrigações financeiras de curto prazo, o alongamento das dívidas continuará comprometendo os resultados financeiros da rede.

Procurado, o Bradesco disse que não comenta relacionamento com clientes. O Grupo Casas Bahia também preferiu não comentar.

Com Diego Felix

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