Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Congresso Nacional

Parecer do Incra reafirma necessidade de aval prévio para a compra da Eldorado pela Paper

OUTRO LADO: Sócia da J&F, companhia diz que manifestação não é uma decisão e que processo segue em análise

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

A Procuradoria Federal Especializada junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) manteve o parecer de que a Paper Excellence precisava de autorização prévia para adquirir o controle da Eldorado Brasil Celulose.

Em dezembro de 2023, a superintendência do órgão Mato Grosso do Sul aprovou uma nota de sua área técnica recomendando que as partes desfizessem voluntariamente o negócio, considerado ilegal.

Fábrica da Eldorado em Três Lagoas (Mato Grosso do Sul); controle é disputado entre J&F e Paper Excellence - Divulgação

Após recurso da Paper, a decisão foi mantida pelo Conselho de Decisão Regional do Incra em fevereiro deste ano. A empresa pediu que o recurso fosse enviado à sede do Incra, onde segue em análise.

A posição da procuradoria foi a de que a legislação brasileira determina que estrangeiros só podem adquirir ou arrendar vastas extensões de terras no país mediante a aprovação prévia do Incra e do Congresso Nacional, inclusive quando essa transferência de terras se dá por meio de operações de fusões e aquisições de empresas brasileiras que controlem as propriedades rurais.

A Paper diz que a manifestação da procuradoria não é uma decisão e não trata da legalidade ou ilegalidade da aquisição da Eldorado. Apenas responde parte de dúvidas levantadas em processo administrativo que está em fase de recurso.

A companhia afirma que está convicta de que a legislação sobre venda de terras para estrangeiros não se aplica à compra da Eldorado, porque não envolve terras, mas um complexo industrial.

"O interesse é a manutenção do contrato privado firmado sobre a compra do complexo industrial de celulose, não guardando qualquer relação ou interesse em propriedades de terras em zonas rurais no país", disse em nota.

A Eldorado é hoje controlada pela J&F, dos irmãos Batista, e tem como sócio a Paper, que detém 49%. Em 2017, a Paper comprou as ações da J&F que lhe dariam o controle da empresa, mas o negócio passou a ser questionado pelos Batista —primeiro via arbitragem e, depois, na Justiça.

com Diego Felix

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas