Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu acidente aéreo

Voepass pede respeito, mas acidente aéreo derruba uma companhia por até dois anos

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília e São Paulo

O acidente com o avião da Voepass, que vitimou 62 passageiros em Vinhedo (SP), gerou uma crise de imagem e de confiança para a companhia, que enfrenta problemas financeiros e cogita uma recuperação judicial.

Na internet, circulam vídeos de voos da companhia em que a tripulação pede respeito à companhia, reforçando que o avião é seguro.

Aeronave da Voepass decola do aeroporto de Congonhas (SP) - Folhapress

Essa recuperação, contudo, levará tempo. É o que mostra uma análise da Economática com o histórico das ações de Latam e Gol, que registraram três dos piores acidentes aéreos nas últimas três décadas.

Em 1996, uma aeronave modelo Fokker 100 caiu ao decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Na época, no entanto, a companhia ainda não tinha capital aberto na Bolsa, só negociava ADRs (American Depositary Receipt ou recibos depositários americanos, em tradução livre).

Apesar disso, sofreu uma crise de imagem e queda na venda de passagens, segundo analistas do setor.

Naquele momento, boa parte da frota da Latam —que se chamava TAM à época— era composta pelos Fokker 100.

O acidente ocorreu devido a uma falha em uma peça chamada reverso, característica da aeronave, que maculou a frota à época, forçando a empresa a trocar por jatos da Airbus.

Uma década depois, em 29 de setembro de 2006, foi a vez da Gol. Um avião executivo Legacy se chocou em pleno voo com o Boeing da companhia que ia de Manaus (AM) ao Rio de Janeiro (RJ).

A aeronave caiu no Mato Grosso em uma terra indígena, matando 154 pessoas.

As ações despencaram de R$ 69, no dia do acidente, para R$ 43, no ano seguinte.

A companhia tentou ampliar suas receitas, investindo em aumento de frota, mas o setor mergulhou em dificuldades.

Segundo analistas do setor, os papéis nunca mais voltaram ao patamar de antes do acidente.

"De 2006 pra cá a Gol não conseguiu gerar caixa e ficou rolando dívida para conseguir operar", disse Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital. "A recuperação judicial é uma tentativa de equacionar isso."

Para piorar a desconfiança, em 2007, um jato Airbus da TAM chocou-se contra um hangar da companhia, em São Paulo, matando 199 pessoas em voo que partiu do Rio Grande do Sul.

As ações desabaram. Em 17 de julho de 2007, o papel da companhia fechou a R$ 397 e sofreu queda de 46% em dois anos. Somente em dezembro de 2009 (593 dias após o acidente), voltou ao patamar inicial.

Com Diego Felix

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas