Humorista e cartunista, um dos criadores do Casseta & Planeta. É autor de “A Arte de Zoar”.
Especialista em brigar com números
Nosso entrevistado tinha uma porrada de argumentos poderosos
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Depois que esta coluna publicou uma entrevista com Denylson Maçaranduba, um dos novos diretores de pesquisa e monitoramento do Ministério do Meio Ambiente, alguns colegas repórteres lançaram um desafio, acreditando que não teríamos coragem de encarar um segundo round. Mas esta coluna gosta de adrenalina, e aqui está mais uma entrevista com este campeão do MMA.
Senhor Denylson, quanto ao problema do desmatamento, só na primeira metade do mês de maio, a floresta amazônica perdeu o equivalente a 7.000 campos de futebol. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Nós questionamos essa metodologia. Essa mania de medir tudo em campos de futebol não é bom para o nosso trabalho. Seria mais razoável fazer essa medição em termos de octógonos de Mixed Martial Arts. Não faz o menor sentido estimular a prática do futebol, se estamos trabalhando para o MMA, Ministério do Meio Ambiente. Além do mais, o Brasil já tem
muito campo de futebol.
As pesquisas, baseadas em imagens feitas por satélites, mostram claramente que o desmatamento está aumentando. Isso não é preocupante? Infelizmente o povo é facilmente manipulado por esse tipo de informação pretensamente científica. Só os muitos ingênuos confiam nessas histórias de satélite espacial. É por isso que até hoje tem gente que acredita que o homem chegou à Lua. Não sabem que aquelas imagens são efeitos especiais financiados pela Nasa, a CIA e o George Soros.
Os críticos desta nova administração dizem vocês desprezam as estatísticas e ficam brigando com os números. Exatamente. Brigar é a minha especialidade, e por isso fui nomeado. Meus superiores não têm colhão para assumir uma posição, mas eu não tenho medo de falar a verdade, e vou revelar agora que nosso projeto para este ano é aumentar a área de desmatamento em mais 10 mil quilômetros quadrados e, se Deus quiser, nesse terreno serão instalados milhões de octógonos de MMA. Depois eu faço a conta...
Uma última pergunta: o senhor pode soltar o meu braço e sair de cima de mim? Tudo bem, mas então quer dizer que eu venci a entrevista.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters