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Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Livros para a ilha deserta

Que cada um faça sua lista —a ilha é grande o bastante para todos nós

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Numa entrevista coletiva de Jorge Luís Borges em São Paulo, em 1984, de que participei pela Folha, achei que ele estava meio entediado com as perguntas sobre sonhos, pesadelos, labirintos e outras fixações de seu universo. Decidi então baixar o nível e, na minha vez, perguntei-lhe que livro ele levaria para uma ilha deserta. Borges abriu um sorriso e respondeu: "As 'Mil e Uma Noites'!".

Hoje, amigos querem saber que livros levaria eu para a dita ilha. Tento escapar dizendo que, se tivesse uma lista, ela não os satisfaria e, em vez de fazerem as deles, prefeririam apontar as lacunas da minha. E mais ainda porque, para não despertar a antipatia dos ilhéus, eu deixaria para trás os pesos-pesados, de Homero a Joyce e de Dante a Proust. Brazucas e portugas também ficariam numa lista à parte. Mas os amigos insistiram e, dito isso, comecei a empacotar.

Eu levaria "Frankenstein", de Mary Shelley. "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas. As duas "Alices", de Lewis Carroll. "A Ilha do Tesouro", de Robert Louis Stevenson. "Ela" e "Ayesha -- A Volta de Ela", de H. Rider Haggard. "Às Avessas", de J. K. Huysmans. "A Ilha do Dr. Moreau", de H.G. Wells. "A Mulher e o Fantoche", de Pierre Louÿs. "As Aventuras de Sherlock Holmes", de Conan Doyle. "De Profundis", de Oscar Wilde. "Os 39 Degraus", de John Buchan. "A Agulha Oca", de Maurice Leblanc.

"Com o Diabo no Corpo", de Raymond Radiguet. "O Bravo Soldado Svejk", de Jaroslav Hasek. "Os Homens Preferem as Louras", de Anita Loos. "A Guerra das Salamandras", de Karel Capek. "Big Loura", de Dorothy Parker. "Obrigado, Jeeves", de P. G. Wodehouse. "Sete Contos Góticos", de Isak Dinesen. "O Zero e o Infinito", de Arthur Koestler. "O Sono Eterno", de Raymond Chandler. "O Pequeno Mundo de Dom Camilo", de Giovanni Guareschi. "Lolita", de Vladimir Nabokov.

Além de meus gibis de "Mandrake" dos anos 50, claro. E talvez a Bíblia.

Livros e gibis que Ruy Castro levaria para uma ilha deserta - Heloisa Seixas

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