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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Os badalados treinadores europeus também erram, como os brasileiros

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Crédito: David Klein/Reuters Antonio Conte, técnico do Chelsea, durante partida contra o West Ham United

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Quando olho para o passado, vejo coisas belíssimas, inesquecíveis, atuais, e também outras, que eram aceitáveis, mas, com o olhar de hoje, se tornaram absurdas.

No futebol, os zagueiros atrasavam a bola para o goleiro pegar com a mão, o que atrapalhava bastante o jogo. Pior, existiam ainda coisas deploráveis que continuam presentes, como a promíscua relação entre a CBD, agora CBF, e as federações estaduais e os clubes, com o objetivo de se perpetuarem no poder.

O futebol continua. O Manchester City é o time inglês que joga o melhor futebol coletivo e que também possui os melhores jogadores. Gastou muito e bem, graças às indicações de Guardiola.

Quase todos os titulares e alguns reservas são destaques de grandes seleções. Já os rivais ingleses possuem muitos excelentes jogadores, mas têm vários apenas razoáveis.

No Liverpool, Coutinho, cada dia mais brilhante, está, junto com Marcelo e Neymar, na lista dos 20 melhores do mundo. Mesmo muito bem na Seleção, Coutinho fica mais à vontade no time inglês. Como Neymar, ele atua da esquerda para o centro, de onde finaliza e dá passes para gols, com enorme precisão.

Na seleção, Coutinho joga da direita para o meio, sem as mesmas condições para definir as jogadas. Quando Tite o escala pelo centro, com William pela direita, diminui a dificuldade, ainda mais que ele pode alternar com Neymar.

Outro detalhe é que, se jogar um trio de meias (William, Coutinho e Neymar), sairia Renato Augusto, e Paulinho teria de ser um segundo volante, o que diminuiria suas infiltrações na área, para finalizar, sua grande qualidade. No Barcelona, Paulinho atua ao lado de Busquets, avança muito, mas a equipe possui dois excepcionais armadores, Rakitic e Iniesta.

É uma situação diferente. William, Coutinho e Neymar são meias atacantes, dribladores, agressivos, finalizadores. Iniesta e Rakitic são armadores, organizadores, construtores.

No Chelsea, não sei por qual razão, o técnico Conte mudou o sistema tático em relação ao do time campeão do ano passado. Antes, a equipe, quando perdia a bola, marcava com uma linha de cinco (três zagueiros e dois alas) e outra de quatro (dois volantes e um atacante de cada lado). Apenas o centroavante ficava fixo na frente. Quando recuperava a bola, o time atacava com muitos jogadores.

Com a troca de um dos três atacantes por mais um volante, piorou a marcação no meio-campo (antes, eram quatro, e agora são três) e também o ataque (eram três, e agora são dois atacantes).

No último jogo, Conte voltou ao esquema anterior, e o time ganhou por 5 a 0. Não compreendo também por que Fábregas e William, com frequência, estão na reserva.

No Manchester United, não entendo também por que Mourinho, em vez de escalar Pogba como um terceiro jogador de meio-campo, de uma intermediária à outra, pois o jogador tem talento e velocidade para isso, o coloca, na maioria das vezes, como um segundo volante, muito atrás, distante do gol adversário.

Na última partida, contra o Everton, Pogba atuou mais adiantado, como na época em que atuava na Juventus, e brilhou intensamente.

Temos o hábito de criticar muitos os treinadores brasileiros e de elogiar bastante os da Europa. É o complexo de vira-lata. Eles não são tão bons nem os do Brasil são fracos.

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