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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Futebol brasileiro precisa de uma nova CBF

Está na hora de uma grande transformação, uma administração transparente e competente

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Escrevi esta coluna antes da partida de terça (8) à noite entre Brasil e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Domingo (13), começa a Copa América, mais uma, após a última, dois anos atrás, realizada também no Brasil. A Conmebol e as confederações, preocupadas em faturar e com a desculpa de ajustar o calendário, não se importam com a pandemia que assola o Brasil e a América do Sul.

Os jogadores brasileiros nunca disseram que não jogariam a Copa América nem afirmaram claramente qual o motivo do descontentamento, se foi com o presidente da CBF ou com a pandemia. Prometeram fazer um manifesto após o jogo de terça, contra o Paraguai. Os atletas, com razão, gostariam também de, depois das duas partidas das Eliminatórias, desfrutar das férias, direito de todos os cidadãos.

A ironia do afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF por 30 dias, por causa das acusações de assédio sexual, é que foi ele quem criou o Comitê de Ética, órgão responsável por sua saída. Os patrocinadores da CBF, preocupados, não querem desvalorizar seus produtos. Tite faz um bom trabalho e deveria continuar. Além disso, é um profissional sério. Quando brinco com o “titês”, não faço por deboche. É apenas uma irônica crítica.

Está na hora de haver uma grande transformação no futebol brasileiro, com o fim da atual CBF e com a criação de uma nova administração independente, transparente e competente.

O futebol é um jogo coletivo. Quanto melhor o conjunto, mais brilham os atletas. Por outro lado, o mais importante para o sucesso de uma equipe é o talento dos jogadores.

Rogério Caboclo logo após tomar posse como presidente da CBF, em 2019 - Douglas Shineidr - 9.abr.19/AFP

Seja qual tenha sido a atuação e o resultado de terça, a Argentina, como o Brasil, tem evoluído no conjunto e definido uma maneira de jogar, com algumas alternativas. Porém, muito mais que o Brasil, a Argentina carece de grandes talentos em algumas posições.

A França, campeã do mundo, continua sendo a mais forte seleção da Europa, porque tem o maior número de jogadores especiais. Dias atrás, um jornal francês publicou uma foto com Mbappé, Benzema e Griezmann juntos, com a manchete: “Todos invejam a França”. As seleções do Brasil, da Argentina e de Portugal, por terem Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo, possuem um trio próximo ao da França. O que torna os franceses ainda mais superiores é ter, no meio-campo, Kanté e Pogba.

Os grandes times da história, no Brasil e em todo o mundo, que encantaram e revolucionaram o futebol, foram os que tiveram mais craques. Isso não significa que todas as seleções com muitos jogadores excepcionais terão sucesso.

No Brasil, o Flamengo, desde Jorge Jesus, é o time que mais fascina, por ter mais excelentes jogadores que os outros. Por outro lado, existem, em todo o mundo, equipes que se destacam muito mais pelo jogo coletivo. Jogam melhor do que a expectativa, como o Fluminense, dirigido por Roger Machado, e o Bragantino, comandado por Maurício Barbieri. Os dois se enfrentam nesta quarta (9), pela Copa do Brasil.

Os treinadores são muito importantes e estão cada vez mais bem preparados. Todos conhecem, nos detalhes, as estratégias usadas no mundo inteiro. O que diferencia um dos outros são a qualidade dos jogadores à disposição e a capacidade de observar os detalhes objetivos, subjetivos e psicológicos, de tomar decisões eficientes, rápidas e ousadas, e de saber comandar um grupo.

Os melhores treinadores são os que têm um olhar na vitória e outro na qualidade do espetáculo.

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