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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

O talento começa na infância

Garotos deveriam ser mais bem orientados para conviver com a frustração

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Janeiro é o mês da Copinha, mês de os garotos sonharem com o sucesso no futebol. Tudo é incerto. Alguns, mais promissores e habilidosos, ficarão pelo caminho, enquanto outros, com menos talento, serão mais vitoriosos.

Pameiras cobra falta contra o Assu-RN, em partida da Copa São Paulo - Eduardo Anizelli-5.jan.22/Folhapress

Nos anos 1960, não havia Copinha. Joguei, por Minas Gerais o torneio brasileiro de seleções de base, em Volta Redonda, entre garotos de 15 a 20 anos. Como tinha 14, tive de ter uma autorização de meus pais e do Juizado de Menores para participar.

Aos 16 anos, já era titular do Cruzeiro. Treinava de dia e estudava de noite. Com 18 anos, tive de fazer uma difícil escolha, entre ser um atleta profissional e estudar. Optei pelo futebol, pois já atuava pela seleção brasileira. Aos 26 anos, parei de jogar, por causa de um descolamento da retina, e realizei um sonho de adolescente, de ser um profissional universitário. Na época de garoto, pensava que o futebol era apenas uma diversão.

Os garotos deveriam ser mais bem orientados pelos clubes, para conviver melhor com a frustração e com o sucesso e para aprender outra atividade, ainda mais que o tempo de atleta pode ser muito curto. Como dizia o grande craque Dirceu Lopes, ninguém está preparado para a fama.

No passado, a formação dos atletas começava nas peladas de rua, nos campos de terra, com a bola de pano, depois, com a de borracha e, por fim, a glória, com a de couro. Era uma brincadeira, sem regras e sem professores. Alguns acham que esse período favorecia a formação de atletas com mais habilidade e criatividade. Na adolescência, os jovens iam para as categorias de base dos clubes, onde aprendiam posicionamento e jogo coletivo.

Hoje, é diferente. Muitos meninos vão cedo para as escolinhas, com bons gramados e professores, e aprendem as regras e o comportamento em campo. Chegam mais prontos às categorias de base dos clubes. Por outro lado, existe uma crítica, discutível, de que os meninos atuais aprendem a técnica muito cedo, sem o adequado desenvolvimento psicomotor, o que prejudicaria a formação de craques.

É óbvio que a tecnologia é essencial na formação das crianças e no desenvolvimento do futebol, mas não deveríamos endeusar a ciência acadêmica como explicação para tudo o que acontece no jogo. No mesmo raciocínio, temos de cobrar melhoria na estrutura do futebol brasileiro, porém isso não diminui os conceitos e as condutas ultrapassadas de muitos treinadores, desde as categorias de base.

Assim como dirigentes e treinadores, nós, analistas, temos de evoluir, depender menos da audiência e das redes sociais.

Não basta ter conhecimento científico sobre a preparação de jogadores, desde as categorias de base. É preciso saber ensinar.

No esporte e em todas as atividades, principalmente as ligadas à arte e à inventividade, os grandes talentos começam a impressionar na infância. No futebol, os maiores craques repetem, nas principais equipes e nos estádios do mundo, o que faziam quando eram crianças, nas brincadeiras e nas peladas de rua.

Insensibilidade

Não houve acordo. A empresa administradora do Cruzeiro diz uma coisa, e Fábio fala outra. Se o goleiro continua jogando bem e é importante para o time, não entendo por que querem um contrato apenas até o final do Estadual. Fábio queria ficar até o fim do ano, para ajudar o Cruzeiro a voltar à primeira divisão. A conduta da nova empresa é uma mistura de ineficiência e insensibilidade, diante do maior ídolo do clube.

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