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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Descrição de chapéu Libertadores

Pretensa sabedoria de técnicos e analistas é, algumas vezes, desmentida

Isso não significa que as estatísticas e os meticulosos detalhes científicos não sejam fundamentais

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Na Libertadores, Athletico e Palmeiras fizeram um jogo amarrado, feio, com pouquíssimas chances de gol e com um número absurdo de bolas lançadas da defesa para o ataque, especialmente pelo time paranaense.

O Athletico não tem a qualidade individual do Palmeiras, embora tenha contratado vários bons jogadores, mas consegue, contra o Palmeiras e as principais equipes brasileiras, igualar-se na possibilidade de vitória. É uma virtude. Isso já acontece há vários anos e ficou ainda mais evidente com o pragmático Felipão. O Athletico já é um grande time e um grande clube do futebol brasileiro.

Partida entre Athletico e Palmeiras na Arena da Baixada, em Curitiba, pela Libertadores - Rodolfo Buhrer - 30.ago.22/Reuters

Todos os treinadores do mundo, cada um de seu jeito, querem ganhar. Todos são utilitários. Alguns, além da eficiência, preocupam-se mais com a qualidade e com a beleza do espetáculo. Esses são os especiais.

O Palmeiras deseja mais ganhar o Brasileirão ou a Libertadores? Abel Ferreira, os atletas, a diretoria e os torcedores querem ganhar os dois títulos. Há boas condições para isso.

A goleada do Flamengo por 4 a 0 sobre o Vélez, empurrado por sua vibrante torcida, é um símbolo da atual superioridade dos times brasileiros na América do Sul. Será mais uma final brasileira na Libertadores. O atual elenco do Flamengo é ainda melhor que o de 2019, um dos motivos de Jorge Jesus ter utilizado quase sempre a mesma equipe.

Pedro tem empolgado, merece a convocação e tem chance de brilhar na seleção, mas criar a expectativa de que ele vai jogar na seleção brasileira o mesmo que joga no clube é temerário, um desconhecimento da realidade e das diferenças técnicas da seleção e dos adversários. Qual dupla é melhor: Pedro e Gabigol ou Gabigol e Bruno Henrique?

O Flamengo, que tem jogado um ótimo futebol individual e coletivo, utiliza um desenho tático dos anos 1990, com quatro armadores pelo centro, dois atacantes e nenhum jogador aberto, que ataque e defenda. Isso contraria o futebol moderno, já que todas as grandes equipes do mundo atuam com pontas ou, no esquema com três zagueiros, com alas. É mais uma demonstração de que a melhor estratégia é a bem-executada, com os jogadores nas posições certas.

A pretensa sabedoria de técnicos e analistas, incluindo a mim, é, algumas vezes, desmentida. O campo fala e ensina. Isso não significa que as estatísticas e os meticulosos detalhes científicos não sejam fundamentais. O conhecimento tem vários lados, detalhes técnicos, físicos, emocionais e inesperados, que se refletem nas atuações e nos resultados.

Jogadores, treinadores e profissionais de todas as áreas necessitam evoluir. Para isso, é preciso treinar nos gramados, no aprendizado com os treinadores e nos sonhos diurnos e noturnos. É preciso sonhar.

O futebol evolui progressivamente nos detalhes. Vi, no Globo Esporte, a imagem de um treinamento de cobrança de faltas no Real Madrid. Havia vários robôs, iguais aos humanos, formando a barreira, e eles pulavam, ao mesmo tempo e no momento certo, quando a bola era jogada por cima deles. Os robôs pareciam mais efetivos que os jogadores no jogo real. Só faltou o robô deitado atrás da barreira.

O homem e a máquina estão cada dia mais íntimos, e isso não tem volta. A máquina traz também grandes benefícios. O problema é a ânsia do ser humano em incorporá-la, em identificar-se com ela. É o que ocorre quando alguém cria um personagem, apaixona-se por ele, e os dois passam a ser a mesma pessoa. Será que o novo homem também vai sonhar?

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