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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

São Paulo e Fluminense estão perto do sucesso e do fracasso

O futebol tem muitos 'quases'; por muito pouco, não conseguimos muitas coisas que desejamos

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O Flamengo, com enorme vantagem de quatro gols, vai confirmar hoje presença na final da Libertadores. No domingo, Dorival escalou os reservas, pelo Brasileirão, no empate por 1 a 1 com o Ceará, e agora coloca os titulares. Deveria ter feito o contrário. Com isso, diminuíram as chances de se aproximar do Palmeiras.

Dorival Júnior e outros treinadores querem estabelecer o conceito de que os jogadores não podem atuar duas partidas seguidas no intervalo de três ou quatro dias, mesmo se não têm nenhum problema físico. Essa postura diminui a qualidade do jogo, a conquista de mais títulos e decepciona o torcedor, que paga caro para ver os melhores jogadores. Na Europa, os técnicos trocam muito menos, e não existem duas equipes, como no Flamengo, uma para cada competição.

Rogério Ceni escalou novamente os reservas no empate com o Cuiabá, e o São Paulo manteve a péssima campanha no Brasileirão. O São Paulo corre grandes riscos de ser eliminado nas duas copas e de não conseguir vaga para a próxima Libertadores, via Brasileirão. Seria um grande fracasso, ainda mais que o clube contratou, nos últimos anos, antes e durante o trabalho de Rogério Ceni, um grande número de jogadores caros, nenhum especial, no nível dos que têm outras grandes equipes brasileiras. O São Paulo possui a quarta folha salarial do Brasileirão.

Discordo também das muitas escalações e substituições e da maneira de jogar do São Paulo, dirigido pelo elogiado Rogério Ceni - Evaristo Sá - 1º.set.22/AFP

Mesmo se ganhar a Copa Sul-Americana, será uma conquista de consolo, já que os sonhos do poderoso clube e do autossuficiente técnico Rogério Ceni eram ganhar títulos maiores.

Discordo também das muitas escalações e substituições e da maneira de jogar do São Paulo, dividido entre dois blocos, um defensivo e um ofensivo. A equipe é intensa, pressiona, mas possui pouca lucidez e pouca construção de jogadas no meio-campo, além de abusar dos cruzamentos pelo alto, para a área.

Rogério Ceni, pela obsessão por detalhes, pelo conhecimento técnico e pela autossuficiência nas entrevistas, e Fernando Diniz, pela maneira peculiar com que organiza o Fluminense em campo, são dois jovens técnicos bastante elogiados, que correm o risco de ficar pelo meio do caminho na disputa por boas colocações e por títulos neste fim de temporada.

São Paulo e Fluminense, mesmo considerando que não têm elencos tão bons quanto os das principais equipes brasileiras, estão perto do sucesso e do fracasso.

O futebol tem muitos "quases". Por muito pouco, por instantes, por momentos fugazes, por acasos, não conseguimos muitas coisas que desejamos. Ganhamos e perdemos.

Quase não fui à Copa de 1970, por causa de um descolamento de retina, e quase fui reserva, já que Zagallo, inicialmente, queria um clássico centroavante. Quase não fui médico. Não teria sido se não tivesse o problema no olho, que me obrigou a encerrar a carreira tão cedo, aos 26 anos.

Quase joguei no Milan, o que não foi possível porque era proibida a contratação de estrangeiros. Quase fui campeão do mundo em 2002, como diretor técnico, o que teria ocorrido se tivesse aceitado o convite da CBF, antes da contratação de Felipão, que, na época, seria também minha escolha. "A vida é um descuido prosseguido." (Guimarães Rosa)

O Cruzeiro voltou

Se o Cruzeiro mantiver o elenco para a primeira divisão, como será a campanha da equipe? Não dá para saber. O empresário Ronaldo, os diretores da SAF, que trabalham diariamente no clube, o técnico Pezzolano e sua comissão técnica, os jogadores e os torcedores, encantados e que lotam os estádios, merecem os aplausos.

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