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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Movimentos são programados e treinados, mas o corpo é a sombra da alma

As pessoas perceberam a necessidade, na vida profissional e pessoal, de tratar os problemas mentais

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Os esportes de alto nível, como os das Olimpíadas, são disputas físicas, emocionais, inventivas e, principalmente, de muita técnica. Tudo é planejado, calculado e ensaiado. Centésimos de segundos valem uma medalha. O futebol é diferente pela frequente imprevisibilidade, porém, cada vez mais, se torna mais científico. No futuro, que está próximo, os recordes serão progressivamente superados com a ajuda da IA e da matemática. Aonde tudo isso vai chegar?

A vitória não é apenas a conquista de uma medalha. É também suplantar a melhor marca.

Os movimentos do corpo são programados e treinados. Além disso, as sensações passam primeiro pelo corpo antes de serem percebidas, analisadas e racionalizadas. O corpo fala primeiro. O corpo é a sombra da alma.

As atuações das jovens da ginástica artística foram excepcionais na conquista inédita da medalha de bronze por equipe. Rebeca Andrade ganhou a prata na disputa individual em vários aparelhos e só não foi ouro porque lá estava a Simone Biles.

Rebeca Andrade completa um exercício durante a final do individual geral - AFP

A ginasta americana ensinou ao mundo ao renunciar por causa de dificuldades emocionais a disputa nas últimas Olimpíadas, quando era favorita em Tóquio. Voltou ainda melhor. As pessoas perceberam a necessidade, na vida profissional e pessoal, de tratar os problemas mentais e de conviver melhor com a angústia da finitude da vida.

Na sexta-feira (2), o Brasil conquistou a primeira medalha de ouro com a Bia Souza, do judô. Uma prova belíssima e marcante foi a do triatlo. Os atletas nadaram no rio Sena despoluído, pedalaram 40 km e correram 20 km pelas ruas principais de Paris. O Brasil, com Miguel, conseguiu o décimo lugar, a melhor colocação da história nesta prova.

O futebol continua por aqui. Nos jogos de ida pela Copa do Brasil nenhum visitante venceu e nenhum time da casa ganhou por mais de dois gols de diferença. Nada está decidido. O Flamengo confirmou que vive melhor momento do que o Palmeiras, na vitória por 2 x 0. É uma ótima vantagem, mas o Palmeiras, em casa, pode se agigantar e conseguir grandes façanhas.

Abel Ferreira, na tentativa de proteger a defesa e anular o excelente meio campo do Flamengo, utilizou uma formação diferente, muito recuada, com um trio de volantes, além de dois meias e um centroavante. Não funcionou. O Flamengo foi muito superior e criou varias chances de gols.

O Flamengo pressionou bastante para recuperar a bola, o que fez com sucesso. Porém, não é a maneira habitual da equipe jogar. Os times brasileiros deveriam usar esta estratégia com mais frequência e regularidade, o que já ocorre na Europa. A justificativa para não usá-la tanto, por ser bastante desgastante, não se justifica, pois se cansa menos pressionando quem está com a bola, por correr por menores distancias, do que recuar, como é habitual, para fechar os espaços na defesa.

Evidentemente, a equipe que pressiona e adianta a marcação necessita ter um posicionamento correto dos defensores para não deixar tantos espaços entre eles e o goleiro, que precisa saber jogar fora do gol. Os zagueiros, em vez de se colocarem quase no meio campo, como fazem muitos times europeus, deveriam se posicionar entre a grande área e o meio campo.

Repito, pela milésima vez, há varias maneiras de atuar bem e de vencer. As melhores estratégias são as que possuem os melhores jogadores e os que executam com mais precisão o que foi planejado. O futebol brasileiro e o país necessitam de menos discursos e de mais competência e seriedade.

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