O cavaleiro Pedro Veniss, que foi eliminado do hipismo no salto por equipes nas Olimpíadas de Paris na quinta-feira (1º), diz à coluna que o corte encontrado no cavalo Nimrod de Muze foi uma fatalidade.
O Brasil era tido como um competidor forte na disputa pelo pódio, que ocorreu nesta sexta-feira (2) —mas toda a equipe foi desclassificada depois que sangue foi identificado no cavalo de Veniss. A Inglaterra levou o ouro.
A coluna encontrou o atleta nas arquibancadas da arena montada em Versalhes. O cavaleiro assistiu à final do salto equestre por equipes acompanhado de sua mãe, dos filhos e dos sobrinhos. Demonstrava abatimento.
Veniss compara o ocorrido a um acidente entre jogadores durante uma partida de futebol. "É [como] dois jogadores que batem a cabeça e fazem um calo", diz ele. "É como um jogador de futebol que vai cabecear a bola com outro, faz um cortezinho aqui [aponta para o supercílio] e continua jogando. Realmente uma pena", segue.
Pelas regras do hipismo, qualquer machucado encontrado no animal, por menor que seja, resulta na eliminação da equipe da competição. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) diz que, na verdade, foi constatada uma assadura "praticamente invisível", causada pelo uso de equipamento novo.
A CBH recorreu da decisão, em vão.
A desclassificação veio depois que Stephan Barcha, na montaria Primavera, fez a segunda rodada, deixando o Brasil na sétima posição e já visualizando a classificação para a final entre os dez melhores.
Veniss não teve nenhum ponto de desconto, fez o percurso no jardim do Palácio de Versalhes sem derrubar nenhum elemento. No final, ele apareceu passando a mão na lateral do cavalo, bem no ponto em que a inspeção veterinária encontrou sangue no animal.
O Brasil voltará à arena de Versalhes na segunda (5) e na terça (6) —dessa vez, para disputar a medalha no individual.
O que aconteceu ontem, Pedro?
Ontem realmente foi um acidente, uma fatalidade. Alguma coisa que imprensou entre a minha bota, o meu estribo, alguma coisa que imprensou com a barrigueira [peça que prende a sela ao cavalo] e acabou fazendo esse corte mínimo nele.
Realmente, eu acho que não era algo que deveria causar uma eliminação. É realmente muito triste para a equipe do Brasil. Fizemos uma preparação muito boa.
Pelos números, podia ser prata, né?
Não, na verdade a gente teria que classificar para hoje. E hoje sairia todo mundo com zero [como ponto de partida para a final]. Então seria outro dia hoje.
Mas estava com cheiro de prata pelas poucas faltas que vocês fizeram.
Tinha uma boa equipe. Agora, [é] seguir trabalhando que eu acredito ainda que a gente vai conseguir chegar nesse resultado que a gente tanto quer.
Para uma pessoa que é leiga, você estava comparando, é como se a pessoa [o esportista] tivesse caído e levado um tombo.
É, exatamente. É [como] um jogador de futebol que vai cabecear bola com outro, faz um cortezinho aqui [aponta para o supercílio] e continua jogando. Realmente uma pena.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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