Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia
Brasil e a COP27
Apesar dos entraves, a sociedade civil, o movimento negro e povos originários participam do evento
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O Brasil tem a segunda maior delegação da COP27, atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos, que serão os anfitriões da próxima edição da conferência. Essa seria uma grande notícia, que poderia demonstrar a grande participação do país no evento. No entanto, é apenas mais uma vergonha do ainda governo Bolsonaro.
A delegação composta por cerca de 570 pessoas credenciadas conta com as primeiras-damas do Amazonas, Pará e Mato Grosso, além da assessora da primeira-dama do Amazonas, e duas esposas de dois assessores especiais do gabinete do governo do Mato Grosso. Estão na lista também CEOs, representantes da JBS, outras empresas e policiais militares.
Desde o começo do governo, Bolsonaro atacou ONGs e durante seu mandato acabou com a participação da sociedade civil, deixando de incluir ambientalistas, pesquisadores, movimentos sociais e povos originários na delegação.
Ativistas climáticos de diferentes partes do país relataram suas dificuldades para estar presente na conferência de custo elevado que acontece em uma cidade turística de resorts no Egito, que credenciou cerca de 154 pessoas. No entanto, apesar dos entraves, a sociedade civil, o movimento negro e povos originários estão conseguindo ampliar seu ingresso no evento.
É inegável também que o clima de esperança toma conta da participação brasileira com o novo presidente eleito e a possibilidade de construir caminhos de resistência climática para o país, com discussões propositivas para tornar o Brasil um dos maiores líderes na luta contra as mudanças do clima.
A deputada federal eleita Marina Silva e a ex-ministra Izabella Teixeira estão na conferência participando de vários eventos, principalmente com a sociedade civil brasileira, que quer colocar o clima como um desafio nacional a ser superado, tratando de temáticas como o fim do desmatamento, transição energética e justiça climática.
A juventude também participa do evento, evidenciando a necessidade dessa parcela da população estar nos espaços de decisão e quem sabe, no futuro, aprendendo com países vizinhos como o Chile, integrar as próximas delegações oficiais como tomadores de decisão sobre o futuro que os pertence.
O presidente eleito Lula provavelmente chegará à COP no dia 15 e esperamos poder fazer um encontro dele com a juventude para discutir soluções reais, radicais e urgentes sobre nosso meio ambiente.
A eleição do novo presidente trouxe boas novas também para as demais nações, que agora podem voltar a ter confiança em firmar acordos com o Brasil, que retoma a sua credibilidade na temática.
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