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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Desafios na UE alimentam acordo com Mercosul

População envelhece, e a área dedicada à agricultura diminui

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Trator em plantação de trigo perto de Calais, no norte da França - Pascal Rossignol - 21.jul.15/Reuters

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O setor agropecuário vem pesando no acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Os europeus sabem que esse será um setor cada vez mais sensível para o seu bloco nos próximos anos.

A agropecuária passa por intensas mudanças estruturais na Europa, e o horizonte pode não ser tão favorável.

A população envelhece, e a área dedicada à agricultura diminui, reduzindo o número de propriedades agrícolas.

A força de trabalho recua com intensidade no campo e, após queda de 8% de 2012 a 2016, deverá acumular retração de 28% até 2030. O setor tem dificuldades em criar empregos atrativos para os jovens no campo.

Essas mudanças forçam as fazendas a buscar cada vez mais uma economia de escala e maiores investimentos em máquinas. O preço da terra e os custos sobem, encurtando as margens de lucro.

Recente avaliação do setor de desenvolvimento agrícola e rural da Comissão Europeia indica que, devido à redução de área, a UE aposta no aumento da produtividade.

Os europeus, no entanto, estão em um círculo vicioso. Esperam crescimento de 4% na produção de carne de frango, estabilidade na de suínos e recuo de 7% na bovina.

Terão de importar mais milho e farelo de soja para elevar a produção de proteínas, mas não vão se livrar ainda da importação de carnes.

A compra externa de carne de frango deverá subir 20% em 2030, em relação à quantidade atual, e a bovina, 22%.

O bloco continuará dependente das importações de milho e de farelo de soja, essenciais na ração.

A produção de leite crescerá 12% até 2030 e a alta virá da maior produtividade das vacas leiteiras. O aumento de produção requer uma melhor alimentação dos animais, provavelmente com mais produtos saídos do Mercosul.

Em um item as estimativas são positivas para os europeus: a produção de trigo, que deverá atingir 169 milhões de toneladas, 12% mais que a atual. Com isso, as exportações poderão subir para 38 milhões, 36% mais.

As mudanças estruturais por que passa a agropecuária europeia poderão dar menor margem à atividade na região, o que a tornará mais dependente do Mercosul. Apesar de duros na negociação, os europeus, por certo, estão atentos a esses números.


Aqui sobe... A produção brasileira de soja surpreende e poderá ser recorde no Brasil. Algumas estimativas, como a da AgRural, indicam um volume superior a 116 milhões de toneladas em 2018.

...lá cai Na Argentina, a produção, não deverá atingir o volume previsto, recuando para 51 milhões de toneladas, 6% menos do que em 2017.

Clima No Brasil, o clima está melhor do que se esperava. Na Argentina, já não é tão favorável. Falta chuva na principal área de produção.

Safra MT O Imea também revisou os dados para Mato Grosso. A produção de soja deverá atingir 31 milhões de toneladas no Estado, 1% menos do que em 2017.

Contra a ferrugem A Embrapa e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa lançam nesta semana, em Cascavel (PR), uma cultivar de soja convencional com maior proteção contra a ferrugem. A nova cultivar auxilia no manejo contra a doença, mas não dispensa o controle químico.

Gastos elevados O custo do combate à ferrugem da soja, somados o controle com fungicidas e as perdas de produção, pode chegar a US$ 2 bilhões por safra no Brasil. São realizadas, em média, três pulverizações de fungicidas por safra.

Leite O custo de produção recuou 7% em MT no último trimestre de 2017, em relação a 2016, segundo o Imea.

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