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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Preços melhores podem elevar área de plantio de trigo

O valor de R$ 50 por saca do cereal anima produtores que ainda estão indecisos

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Drone utilizado para monitorar lavoura de trigo em Carambeí (PR) - Mauro Zafalon - 22.set.17/Folhapress

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A produção mundial de trigo cai, o consumo aumenta e os estoques recuam. Esses fatores foram suficientes para dar suporte e alta aos preços internacionais do cereal.

No Brasil não foi diferente. O trigo vem se valorizando nesta entressafra, principalmente porque o país depende de 55% do cereal importado para equilibrar a oferta e a demanda internas.

No Paraná, principal estado produtor, a saca está sendo negociada a R$ 50. Esse preço reanimou muitos produtores, e a área a ser semeada no estado deverá superar a prevista inicialmente pelo Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná.

Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo e analista do Deral, diz que essa evolução não será grande, mas poderá ocorrer nas regiões centro-sul do estado, onde o plantio ainda continua.

O Paraná deverá semear um pouco acima de 1 milhão de hectares, com possibilidades de colheita de 3,3 milhões de toneladas.

Para Godinho, mesmo que o preço do cereal caia no mercado internacional e tenha, consequentemente, uma redução de 10% no Brasil, a atividade ainda vai compensar para os produtores que optaram pelo trigo.

Após um começo de plantio difícil e de incertezas, feitos sem chuvas em boa parte do norte paranaense, as lavouras se desenvolvem bem, embora possam ter uma maturação diferenciada em algumas regiões.

Os produtores recebem, ainda, o incentivo do dólar e das cooperativas. Muitas destas, além de comprar o trigo, têm moinhos e necessitam da matéria-prima.

Com o dólar em alta, a importação encarece o produto externo. Mesmo que os preços internos continuem acima do que se previa no início da safra, ainda geram menos custos do que as importações feitas com a moeda-norte-americana valorizada.

No Rio Grande do Sul, o segundo principal produtor brasileiro, o plantio ocorre um pouco depois do do Paraná. A Emater/RS estima a área semeada em 668 mil hectares.

A previsão de produtividade, tomando como base a produção das últimas dez safras, é de 2.142 quilos por hectare. Se esses números forem confirmados, o estado deverá produzir 1,43 milhão de toneladas de trigo neste ano, 17% a mais do que em 2017.

A produção brasileira de trigo ficará próxima dos 5 milhões de toneladas neste ano, bem abaixo dos 11,3 milhões de consumo, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A produção mundial será de 745 milhões de toneladas na safra 2018/19, com consumo de 751 milhões. Os estoques finais recuam para 266 milhões de toneladas, mas boa parte deles está na China, um mercado mais fechado.

Os chineses deverão terminar a safra 2018/19 com um volume armazenado de 139 milhões de toneladas, acima dos 127 milhões da safra 2017/18.

Enquanto a China eleva seus estoques, outros grandes produtores e exportadores têm participação menor no mercado externo. É o que ocorre com União Europeia, Índia, Estados Unidos e Rússia.

 

Turbulências Após as crises vividas pelo setor de avicultura, a produção brasileira deverá recuar 3% neste ano, enquanto as exportações poderão cair 10%.

Ajustes  As estimativas, feitas pelo Rabobank, banco especializado em agronegócio, ainda dependem de alguns ajustes do setor que ocorrerão nos próximos meses.

Preços  A instituição financeira destaca, ainda, a alta dos custos de produção, devido aos preços das matérias-primas, e o recuo nos valores internos de venda.

Ocupando espaço  As turbulências no mercado brasileiro, devido a problemas internos e restrições de importações impostas pela União Europeia e pela China, dão espaço à Tailândia.

Caminhos do Oriente  Além de boa presença no Oriente Médio, onde o Brasil encontra problemas relacionados ao abate do frango, os tailandeses ganham espaço também na União Europeia e na China.

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