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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Dólar acima de R$ 4 e tabela do frete travam negócios com soja

Apenas um quinto dos contratos do grão já foi negociado até o momento

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Um dólar acima de R$ 4 é tudo o que o produtor deseja. As matérias-primas brasileiras exportáveis ficam mais competitivas no mercado externo e as receitas, em reais, são maiores. Mas o dólar nesta quarta-feira (29) foi a R$ 4,12 e, em vez de trazer alegria, traça um cenário de preocupação.

Nesse patamar, o dólar eleva os custos de produção e acaba chegando ao bolso do consumidor na forma de aumento de preços e inflação.

"Se conseguíssemos vender a soja que vamos plantar neste ano a um dólar no valor de R$ 4, seria um bom negócio", diz Fernando Cardore, vice-presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso).

Dólar acima de R$ 4,12 preocupa produtores - Gabriel Cabral/Folhapress

O grande problema, segundo ele, é que as tradings (que compram e exportam a produção) não estão fazendo negócios futuros. Além das incertezas eleitorais, que provocam volatilidade na cotação da moeda, empresas não têm nenhuma referência de preços de fretes da soja.

Com isso, as vendas antecipadas de produtos da safra entre 2018 e 2019, que vinham muito bem até maio, travaram nos meses seguintes à paralisação dos caminhoneiros.

Na avaliação do mercado, apenas um quinto da soja que será colhida no ano que vem já está comercializada, um percentual pequeno em relação à média, segundo Cardore.

Para o vice-presidente da Aprosoja, o produtor que tiver chance de travar as vendas de soja e de milho com o dólar nesse patamar deverá fazê-lo.

Na avaliação dele, o produtor não aproveita totalmente os benefícios do dólar elevado, mas recebe o peso dessa alta nas compras externas dos insumos agrícolas.

A combinação de câmbio e frete é um componente de peso também para o consumidor, segundo Leandro Gilio, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Se para o produtor, esse custo reduz as margens de renda, para o consumidor tem duplo efeito no preço final.

Gilio cita o exemplo do trigo, que o país importa. O cereal vai chegar mais caro, por causa do dólar, e custar mais em razão da elevação do frete.

Para José Vicente Ferraz, diretor-técnico da consultoria IEG/FNP, "historicamente a maioria das desvalorizações beneficia os produtores, desde que dentro de um patamar razoável".

O excesso de oscilação, por sua vez, também leva ao descontrole nos preços, segundo Ferraz.

O produto brasileiro vai ficar mais competitivo no mercado externo e o país poderá elevar o volume exportado de carnes, soja, milho, café, açúcar, suco e celulose. Os preços internos vão ter de se adequar aos de exportação, afirma ele.

 

Presidência da Embrapa tem 16 candidatos inscritos

O Consad (Conselho de Administração) da Embrapa encerrou na segunda-feira (27) as inscrições para os interessados em se candidatarem à presidência da Embrapa.

Foram 16 inscritos, dez deles são empregados da Embrapa. Entre os candidatos externos estão Luiz Carlos Guedes Pinto, ex-ministro da Agricultura, Altemir Gregolin, Dante Daniel Giacomelli Scolari, Francisco Graziano Neto, José Carlos Vaz e Sebastião Barbosa.

Nas listas dos funcionários da Embrapa estão André Nepomuceno Dusi, Cleber Oliveira Soares, Dirceu João Duarte Talamini, Eduardo Delgado Assad, Elísio Contini, Francisco José Becker Reifschneider, Gilberto Silber Schimidt, José Amauri Buso, Mauro Carneiro e Miguel Ivan Lacerda de Oliveira.

Avaliados os currículos e objetivos dos inscritos, serão feitas entrevistas com três dos candidatos mais bem avaliados. Um deles será encaminhado à Casa Civil da Presidência da República.

Até 15 de outubro deverá ser divulgado o selecionado.

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