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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Crise financeira na Turquia desacelera exportações de gado vivo do Brasil

Turcos importaram R$ 1 bilhão em gado vivo do Brasil em 2018

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A exportação brasileira de gado vivo perdeu ritmo nos últimos meses após o agravamento da crise financeira na Turquia. O país é líder na compra de gado em pé do Brasil.

"A crise na Turquia atingiu em cheio o setor, que teve, inclusive, cancelamento de contratos", diz Gastão Carvalho Filho, presidente da Boi Branco e exportador de gado vivo.

As importações turcas, que somaram US$ 72 milhões (R$ 295 milhões) em maio, recuaram para uma média mensal de US$ 29 milhões (R$ 119 milhões) em julho e agosto. "Em setembro, deverão cair ainda mais", diz o executivo da Boi Branco.

A crise da Turquia já era sentida no setor de exportação de gado nos últimos meses, segundo ele. Mesmo assim, os turcos compraram o correspondente a US$ 253 milhões (R$ 1 bilhão) neste ano em gado, de um total de US$ 316 milhões (R$ 1,3 bilhão) exportados pelo Brasil. Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Apesar da redução das importações da Turquia, o mercado vai achar novos caminhos, na avaliação de Carvalho Filho. Já foi assim quando a Venezuela, até então principal importador brasileiro, saiu do mercado por causa dos problemas econômicos do país.

O setor de exportação de gado vivo está bem estruturado. Criou-se uma cadeia desenvolvida, até mesmo com empresas voltadas para silagem e para transporte. O gado brasileiro tem preço competitivo e sanidade, diz Carvalho Filho.

Para o executivo, a redução na Turquia fará com que o mercado brasileiro trabalhe firme no Oriente Médio e na China, apesar das distâncias.

O Brasil tem espaço para crescer nesse mercado. Mesmo com a alta dos preços dos grãos, o gado brasileiro continua com condições favoráveis em razão da valorização do dólar frente ao real.

O Brasil é o quarto maior exportador mundial de gado vivo. A Austrália, um dos países líderes do setor, é muito ativa e tem preços competitivos. "As empresas australianas trabalham muito bem", diz ele.

A União Europeia tem uma presença forte no Oriente Médio com bom gado e preços competitivos. Já o Canadá, outro país importante na venda de gado vivo, é voltado mais para os Estados Unidos.

O Brasil vem ganhando mercado na parte comercial com gado de qualidade e preços competitivos. Esse avanço, porém, coloca o país cada vez mais como alvo das barreiras sanitárias de importadores, aponta o executivo. 

 

Rompendo fronteiras

As vendas de máquinas colhedoras de cana-de-açúcar perderam ritmo neste ano no mercado interno, em relação às do ano passado. As exportações, porém, avançam. As vendas internas somaram 431 unidades de janeiro a agosto, com recuo de 12% em relação a igual período de 2017. As exportações, contudo, subiram para 164 unidades, 27% do total de máquinas produzidas pelas indústrias. Até agosto de 2017, as exportações somavam apenas 14% da produção total, conforme dados da Anfavea (associação do setor). A indústria encontra mercados favoráveis em Cuba, Colômbia, Argentina e nos países da América Central.

Milho A exportação ganha força, mas não deverá atingir o patamar de 2017. Até agosto, saíram pelos portos brasileiros 9,3 milhões de toneladas, 14% menos do em igual período do ano passado.

Líderes  O Irã, como vem ocorrendo nos últimos anos, é um dos principais mercados para o cereal brasileiro neste ano. As importações do país pérsico somaram 4,25 milhões de toneladas.

Receitas A exportação rendeu US$ 1,54 bilhão (R$ 6,31 bilhões) até agosto, 10% menos do que em 2017. O preço de exportação se recuperou em agosto e foi 13% maior do que o de há um ano.

À espera Os mercados dos Estados Unidos e do Brasil estão à espera de eventuais novidades do relatório do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) da próxima quarta-feira (12).

Importante Os dados deste relatório de setembro são importantes porque o mercado começa a receber as primeiras informações à boca da safra. Elas apontam para as estimativas reais.

Ainda maior As consultorias estimam safra de 127 milhões de toneladas para a soja, mais do que o Usda. A previsão para o milho é de 368 milhões, abaixo do que prevê o órgão do governo.

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