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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Brasil ocupará lugar de destaque na produção de milho, mas terá desafios

Para pesquisadores da Embrapa, políticas de clareza nos preços, financiamentos e comercialização serão fundamentais

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O milho é a única cultura no mundo a ultrapassar 1 bilhão de toneladas produzidas em um ano. As aplicações do cereal já ultrapassam 3.500 usos, que vão da alimentação humana à animal, passando ainda por combustível, bebidas e até polímeros.

O crescimento da produção tem sido rápido, sendo que há duas décadas o volume colocado no mercado ficava abaixo de 600 milhões de toneladas.

Milho sai de colheitadeira para carroceria de caminhão em lavoura no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 21.jul.16/Folhapress

A participação brasileira nessa cultura é crescente, e o destaque do Brasil será cada vez maior. O país tem pela frente, porém, uma série de desafios, segundo pesquisadores da Embrapa.

Entre os obstáculos que o Brasil precisa vencer para obter maior dinamismo e uma consolidação desse mercado estão a falta de clareza na formação dos preços, entraves nos financiamentos privados e empecilhos na comercialização, principalmente no processo de escoamento do produto.

O país está entre os três principais produtores de milho do mundo e é o segundo maior exportador. A participação brasileira deverá crescer ainda mais, mas um dos principais desafios é o aumento de produtividade.

Os produtores brasileiros colhem, em média, 5 toneladas do cereal por hectare. Os americanos produzem 11.

José Gasques, do Ministério da Agricultura, prevê que o país, após ter atingido o pico de produção de 98 milhões de toneladas na safra 2016/17, poderá atingir até 182 milhões de toneladas em dez anos.

Na avaliação dos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo e da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, o país tem a seu favor um bom potencial de área, principalmente na safrinha e na incorporação de pastagens degradadas.

Outra vantagem é o aumento da disponibilidade de novas variedades, adaptadas às diversas regiões produtoras do país.

Manejo e controle de pragas e de doenças, porém, desafiam o avanço da produtividade.

Essas correções serão necessárias porque o país terá aumento de demanda interna, devido à produção de proteínas, e externa. Na avaliação do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o país colocará pelo menos 45 milhões de toneladas do cereal no mercado externo.

A solução dos desafios de manejo da cultura será essencial para que o país evite perdas de qualidade e de quantidade de produto, segundo os pesquisadores da Embrapa. Além disso, as exigências dos consumidores serão cada vez maiores.

Entre as recomendações de manejo estão a utilização de cultivares mais resistentes e o plantio em épocas adequadas. A utilização de sementes de qualidade e tratadas, além de rotação de cultura, também estão entre as recomendações dos pesquisadores.

Por ter uma agricultura tropical e fazer de duas a três safras ao ano, a infestação de pragas se torna cada vez mais preocupante. Esses desafios vão do combate aos insetos às plantas invasoras e resistentes aos agroquímicos.

O desafio à pesquisa agrícola se intensifica com o plantio do milho logo após o da soja. Este facilitou o aparecimento e a proliferação de novas pragas e doenças.

Segundo os pesquisadores, a solução de muitos dos problemas passa pela educação e comprometimento dos produtores e de empresas do setor agrícola em relação às boas práticas.

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