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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Demanda externa por carnes eleva os preços internos para patamares recordes

Para pesquisador do Cepea, essa é hora de o produtor investir e aumentar a produtividade

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A boa demanda externa por carnes faz bem ao produtor brasileiro. Conforme os dados mais recentes da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações brasileiras de carne suína rendem 31% mais por tonelada neste ano do que em igual período de 2018.

Nesse mesmo período, a tonelada de carne bovina subiu 13%. A de frango, mais acomodada, teve evolução de 2%.

Essa alta de preços no mercado externo ocorre devido à forte demanda de proteínas na China. O país asiático se vê às voltas com uma grave crise sanitária na suinocultura, o que o obriga a elevar as compras externas de proteínas.

A carne suína tem tanta importância na alimentação dos chineses que puxou para cima também os preços das carnes bovina e de frango.

O Brasil, o principal exportador mundial de carne bovina e de frango, foi beneficiado por essa demanda chinesa.

A maior evolução de preços, porém, ocorreu na carne suína. Em média, o Brasil está exportando a tonelada dessa proteína "in natura" por US$ 2.364, uma alta de 31% nos últimos 12 meses.

Esse aumento no mercado externo influenciou o preço interno da carne suína, que teve evolução de 39% no período.

A bovina subiu 12%, e a de frango ficou 7% mais cara, tomando como base os preços pagos aos produtores pesquisados pela Jox Assessoria Agropecuária.

Esse bom desempenho dos preços no mercado externo garante receitas também para os produtores brasileiros.

Só preço, porém, não resolve o problema, segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador da área de proteína animal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

"O preço é importante, mas a produtividade é fundamental para a permanência do produtor no negócio", diz ele.

E este é um bom momento para investimentos e aumento na utilização de tecnologia na produção. "Produtividade é o que vai dar rentabilidade ao produtor", diz Carvalho.

A gestão na atividade é importante porque as indústrias começam a dar um prêmio para os que conseguem oferecer volume maior e produto de melhor qualidade.

Dentro de um mesmo patamar de custos fixos, quanto maior a escala de produção melhor para o produtor, afirma o pesquisador do Cepea.

Para Heloísa Xavier, da Jox, consultoria especializada no setor de proteínas, não é apenas o mercado externo que sustenta preços. A demanda interna começa a aparecer.

O mercado de bovinos está com preços firmes há vários meses, e as ofertas de gado de pasto são menores. Isso está levando os preços do boi para patamares recordes.

A oferta de suínos também está controlada e a pressão dos mercados interno e externo eleva os preços para valores próximos de R$ 100 por arroba para os produtores paulistas.

No setor de frango há uma competitividade maior, e os preços têm evolução menos acentuada, afirma Xavier.

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