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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Safra de arroz chega mais cedo, mas preço cede pouco

Acabaram-se os tempos da saca na faixa de R$ 40; cereal deve ficar em pelo menos R$ 80, afirma analista

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Para aproveitar os preços elevados do arroz, o produtor antecipou o plantio, e a safra deverá chegar mais cedo. O Paraguai, tradicional fornecedor do cereal para o Brasil, iniciou a semeadura em agosto e fará a colheita já no próximo mês.

Argentinos e uruguaios, sabendo da necessidade brasileira de arroz, também foram mais cedo ao campo. Os gaúchos, principais produtores brasileiros, não agiram diferente e também anteciparam o plantio.

Pelo menos 95% da área de 970 mil hectares que será destinada à cultura no Rio Grande do Sul já está semeada. Tradicionalmente, o plantio estaria em 80% neste período do ano.

Plantação de arroz em Rio do Oeste, em Santa Catarina - Eduardo Knapp-29.jan.18/Folhapress

O arroz chega mais cedo, mas os preços não deverão ceder muito. Essa é a aposta de Vlamir Brandalizze, analista do setor. O Brasil aprendeu a exportar, afirma ele.

Embora Rio Grande do Sul e Tocantins tenham área maior dedicada ao arroz, o que vai determinar os preços internos é o câmbio, diz Brandalizze. Uma redução do valor da moeda americana poderá trazer os preços atuais de R$ 105 para R$ 80 por saca. A manutenção da taxa do dólar em R$ 5,5 manterá os preços próximos de R$ 90 por saca.

O arroz está sendo semeado mais rapidamente do que o normal, mas a produtividade vai depender de chuva nas próximas semanas, diz Brandalizze.

Os preços se sustentam, em parte, mesmo com a entrada da safra brasileira mais cedo. Argentina, Paraguai e Uruguai, tradicionais fornecedores ao Brasil, têm um piso de US$ 350 por tonelada. Se o mercado brasileiro não pagar, buscam outros mercados conquistados nos últimos anos por eles.

Além disso, os estoques atuais das indústrias foram adquiridos a preços elevados. Dependendo do tamanho da queda, elas perdem margens. Por isso, vão tentar segurar preços.

Pesa ainda na formação de preços o fato de muitas indústrias acabarem o ano com estoque acima do que esperavam. O principal motivo foi o término do auxílio de emergência para parte da população, o que provocou uma queda de 30% no consumo do cereal no mês passado, segundo o analista.

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Mudança de hábitos A população urbana consome duas vezes mais alimentos ultraprocessados do que a do campo, conforme pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mais fácil O Ministério da Agricultura publicou, nesta quarta-feira (18), novas especificações de referências para agentes biológicos e micro biológicos de controle nas lavouras. Essas especificações ampliam a possibilidade de novos registros.

Óleo de Palma A Abia (A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) entrou com pedido na Camex para a redução temporária da alíquota do imposto de importação do óleo de palma (óleo de dendê).

Importância Segundo a entidade, o óleo de palma é essencial para 50% dos alimentos industrializados presentes no mercado. Além disso, tem importância para as indústrias farmacêutica, de biocombustíveis, de higiene pessoal, de cosméticos e de resinas plásticas. A escassez pode gerar pressão de custos e inflação.

Tereos A empresa teve um Ebtida (desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 237 milhões de euros (1,5 bilhão) no balanço mundial do primeiro semestre (de abril a setembro). Esse valor supera em 114% o anterior.

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