Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Receita no campo pode chegar a R$ 1 trilhão em 2021

Só a soja deverá render R$ 300 bilhões para os produtores rurais, segundo dados do Ministério da Agricultura

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Enquanto agentes econômicos de diversos setores avaliam os estragos da pandemia neste ano e olham para as incertezas de 2021, o campo já começa a delinear seus próximos passos.

Mais uma vez, será com crescimento seguro e rentável. Em 2021, as receitas de dentro da porteira vão chegar perto de R$ 1 trilhão, um volume jamais atingido antes. E isso ocorre após o recorde de R$ 849 bilhões neste ano.

José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises Políticas do Ministério da Agricultura, afirma que esses valores ainda são estimativas, feitas com base no volume a ser produzido e no valor de vendas dos produtos.

Plantação de soja no Paraná
Plantação de soja no Paraná - Jaelson Lucas/AEN

Mesmo sendo estimativas, são bons indicadores do cenário de 2021. Os números de produção de grãos podem chegar ao recorde de 269 milhões de toneladas no próximo ano, dependendo do clima, e boa parte da safra, que ainda está sendo plantada, já foi comercializada antecipadamente com preços favoráveis, devido ao dólar valorizado.

Gasques estima que as lavouras vão render R$ 649 bilhões em 2021, enquanto as receitas com a pecuária ficariam em R$ 300 bilhões. Com isso, o VBP (Valor Bruto da Produção) rural deverá atingir R$ 949 bilhões.

O valor da produção é calculado com base em 17 das principais lavouras do país, com liderança da soja, e com cinco itens da pecuária (bovinos, frango, suínos, leite e ovos).

Em 2021, o setor de lavouras deverá ter receitas 13% superiores à deste ano, que é de R$ 572 bilhões. Na pecuária, a evolução será de 9% acima dos R$ 276 bilhões atuais.

Os resultados de 2021 deverão vir de soja, milho e arroz, produtos que já estão com bons desempenhos neste ano. Nos cálculos preliminares do Ministério da Agricultura, a soja deverá render R$ 300 bilhões dentro da porteira. Neste ano, foram R$ 223 bilhões.

Mais da metade da safra da oleaginosa, que ainda está sendo semeada, já foi comercializada antecipadamente, e a bons preços. A estimativa de produção é de 135 milhões de toneladas em 2021, o que garantiria esses valores previstos no VBP.

A segunda maior renda do produtor rural virá do milho, que somará R$ 95 bilhões no próximo ano. Neste, serão R$ 90 bilhões.

Outro destaque fica para o algodão que, há uma década, rendia apenas R$ 6 bilhão por ano dentro da porteira. Neste ano, serão R$ 51 bilhões, e, no próximo, R$ 47 bilhões.

Na pecuária, a demanda externa incentiva o setor. A bovinocultura lidera, com receitas previstas de R$ 132 bilhões em 2021. A carne suína, porém, é a que terá o melhor desempenho percentual. Após crescimento de 17% neste ano, voltará a aumentar 16% em 2021, na avaliação de Gasques.

Olhando para o que ocorreu na última década, o capital agrícola se moveu rapidamente para o Centro-Oeste.

Em 2011, a região tinha uma participação de 24% no VBP nacional. Neste ano, subiu para 33%. Mato Grosso, principal produtor do país, aumentou as receitas com grãos em 114% nesse período. As com a pecuária subiu 37%.

As regiões Sul e Sudeste, com áreas limitadas para a produção de grãos, perderam participação. O Paraná, devido à produção de frango e de suínos, se mantém líder nos dados totais da pecuária.

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