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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Safra próxima faz arroz se acomodar, mas com preço em novo patamar

Importações de novembro somam 188 mil toneladas, mas recuam em dezembro, segundo dados da Secex

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O mercado de arroz, um dos produtos que mais pesaram no bolso dos consumidores neste ano, começa a voltar ao normal. O movimento de exportações e de importações, aquecido até novembro, ficou estável neste mês, conforme os dados das três primeiras semanas do mês.

O preço do cereal, que chegou a ser negociada a R$ 106 por saca em outubro, recuou para R$ 104 no mês passado e para R$ 94 nesta terça-feira (22), conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados Economia Aplicada).

Apesar desse início de queda, os preços atuais do arroz ainda superam em 95% os de há um ano. Se as estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a produção de 2021 se confirmarem, o consumidor não terá muita folga nos gastos com esse alimento no próximo ano.


Incentivados pelos ganhos do segundo semestre, os produtores aumentaram a área de arroz nesta safra 2020/21. Condições climáticas menos favoráveis, no entanto, deverão provocar uma queda na produtividade, e a produção recua para 10,9 milhões de toneladas, um volume apertado em relação ao que será consumido. A colheita terá início em fevereiro no Sul.

Os estoques iniciais, estimados em 437 mil toneladas, são os menores das últimas safras. Já exportações e importações devem ficar empatadas em 1,1 milhão de toneladas, segundo a Conab.

O movimento externo brasileiro ainda foi aquecido em novembro. Para cumprir contratos de vendas, as empresas colocaram 73 mil toneladas do cereal para fora dos portos brasileiros no mês, mas trouxeram outras 188 mil toneladas, base casca, para abastecer o mercado interno.

Devido à evolução acentuada das exportações, provocadas pelo câmbio favorável, a oferta interna caiu durante o ano. A retenção do cereal por produtores e empresas, à espera de preços melhores, também cooperou para a redução de oferta no mercado interno.

Em dezembro, exportações e importações estão abaixo das 10 mil toneladas, segundo os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), referentes às três primeiras semanas do mês.

Os dados da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz) mostram como o mercado de exportação esteve aquecido neste ano. De janeiro a novembro, o país exportou 1,76 milhão de toneladas, 47% mais do que em 2019.

O mercado internacional também terá produção e consumo equilibrados. A produção mundial será de 501 mil toneladas, mesmo volume de consumo, segundo informações do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O arroz tem uma circulação internacional muito pequena, em relação a outros cereais, como milho e soja. Em 2021, apenas 45 milhões de toneladas de arroz deixarão as fronteiras de origem da produção. No caso da soja, 168 milhões de toneladas, das 363 milhões da safra mundial, deixam os países produtores.

Os estoques mundiais de arroz somam 179 milhões toneladas, e grande parte está nas mãos dos chineses e dos indianos. A China detém 65% desse volume, e a Índia, 17%. A produção chinesa é de 147 milhões de toneladas, e a indiana, de 120 milhões.

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