Siga a folha

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Nervosismo do capital que vem de fora agita mercado agrícola

Após desabar, mercado volta a subir em Chicago; fundos ditam os rumos

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O mercado internacional de grãos vive momentos de incertezas. Os preços desabaram nas últimas semanas, mas voltaram a se recuperar nesta quinta-feira (27).

Em 7 de maio, o contrato de julho do milho, na Bolsa de Chicago, atingiu US$ 7,35 por bushel (25,4 quilos), o maior valor desde 2012. Nesta quarta-feira (26), recuou para US$ 6,03, uma queda de 18% no período.

Na quinta-feira, porém, as negociações com o cereal chegaram as ser interrompidas na Bolsa porque atingiram o limite de alta. O cereal terminou o dia em US$ 6,65 por bushel.

A soja, influenciada pelo milho, o que não é normal, também teve tendência de queda nas últimas semanas, se recuperando nesta quinta.

Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que, além de questões de oferta e de demanda, essas oscilações ocorrem devido à movimentação do capital especulativo no mercado.

“Há um nervosismo do dinheiro que circula no mercado de commodities. Ele vem em busca de rendimento melhor, devido aos juros baixos”, diz ela.

As maiores variações ocorrem nas negociações a curto prazo. Estoques baixos e a participação desse capital que vem de fora do mercado de commodities movimentam as negociações.

As cotações mais a longo prazo têm evoluções menores. Isso porque houve aumento de áreas de plantio nos Estados Unidos e em outros importantes produtores, sinalizando maior oferta e preços menores adiante.

Compras menores da China, proibição de investimentos em commodities, seca nas lavouras chinesas, acertos no acordo da “fase 1” entre chineses e americanos. Tudo serve para movimentar esse mercado.

Daniele afirma, no entanto, que os fundos, após provocarem uma alta acelerada no setor, saíram e realizaram lucros.

Na semana passada, os fundos tinham em suas carteiras 37 milhões de toneladas de milho, o menor volume desde dezembro de 2020. Duas semanas antes tinham 47,3 milhões. Fizeram o mercado subir de preço. Na sequência, provocaram as baixas e embolsaram a diferença.

No caso da soja, o volume comprado pelos fundos recuou de 24,2 milhões de toneladas para 20,8 milhões no período.

Daniele diz que parte dessa variação de mercado é pelos dados de oferta e de demanda, mas que as oscilações são amplificadas pelo excesso de dinheiro no mercado.

A baixa rentabilidade das aplicações financeiras atualmente está levando muitos investidores inexperientes para o mercado de commodities agrícolas, mais atrativo.

Há uma preocupação com a inexperiência desses investidores, que operam em todos os mercados. Na China, o governo tenta limitar essa participação. São pequenos investidores, mas representam grande volume.

No mercado interno, a queda do dólar freou um pouco os reflexos da alta de Chicago. Em Sorriso (MT), o milho disponível está a R$ 78 por saca; e a soja, a R$ 159, segundo a AgRural.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas