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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Com seca, produtores do Sul não cobrem custos de produção, segundo consultoria

Céleres estima que Rio Grande do Sul terá prejuízo de R$ 2.200 por hectare, o correspondente a 23 sacas

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Os produtores de milho do Rio Grande do Sul vão ter um prejuízo de R$ 2.200 por hectare nesta safra de verão, o pior resultado na margem operacional entre os estados do centro-sul.

Já os produtores de Goiás terão a melhor margem, prevista em R$ 1.800 por hectare, conforme dados da consultoria Céleres.

Os custos médios de produção do milho dobraram neste ano, atingindo o correspondente a 59 sacas por hectare. Na avaliação da consultoria, ficou entre R$ 6.500 e 7.700, dependendo do estado.

Plantação danificada pela seca em Iporã do Oeste (SC) - Aleisson Ludtke/Epagri

Goiás terá o melhor resultado sobre as vendas, com evolução de 21% na margem deste ano, em relação à da safra anterior. Já o Rio Grande do Sul terá o pior, com retração de 47%.

Esse valor representa o quanto sobra da receita obtida, após descontados os custos diretos, que incluem sementes, fertilizantes, defensivos, mão de obra e outros.

A consultoria avaliou o desempenho de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

O cenário para os produtores de soja no Sul não é muito diferente do registrado pelo milho. Segundo a Céleres, os do Rio Grande do Sul, o estado com maior quebra de produtividade, vão ter uma margem operacional de apenas nove sacas por hectare.

Na região Sul, as margens não serão suficientes para cobrir os custos fixos, e os mais afetados serão os que plantam em terra arrendada.

A quebra no Sul, porém, eleva os preços da soja. Com isso, produtores de Minas Gerais e da Bahia terão margem operacional de 44 e 39 sacas, respectivamente.

Os custos operacionais no campo subiram 86% nesta safra, atingindo R$ 4.700 por hectare. A redução da produtividade no Sul, a valorização do dólar e as consequentes altas de preço em Chicago, porém, vão elevar as receitas dos sojicultores para R$ 9.100 por hectare, 72% a mais do que em 2020/21.

Com isso, os preços altos vão garantir uma margem recorde de R$ 4.400 por hectare, 59% acima do valor da safra anterior. Um bom resultado para os que tiveram produção normal.

A Céleres refez as previsões da produção de soja e estima apenas 125,8 milhões de toneladas nesta safra 2021/22. O potencial inicial era de 145,7 milhões.

Para o milho, a consultoria prevê 20,3 milhões de toneladas na safra de verão, 27% a menos do que esperava. Já a safra total do país, incluída a safrinha, atingirá 114,1 milhões de toneladas, 32% acima do volume de 2020/21.

Gripe aviária A influenza aviária continua se alastrando. Pelo menos 41 países relataram casos nos últimos meses à OIE (Organização Internacional de Saúde Animal).

Gripe aviária 2 Os casos mais ocorrem nos Estados Unidos, que registram a doença em cinco estados, segundo o Usda (Departamento de Agricultura).

Carnes Conforme um plano quinquenal, a China quer elevar a produção total de carnes de 77,5 milhões de toneladas para 89 milhões até 2025.

Boi China A arroba do bovino que se enquadra nas características exigidas pelos chineses está com preço aquecido, superando em até R$ 40 o valor de mercado, segundo a DBO, revista especializada em pecuária.

Um grande salto As exportações de milho dos Estados Unidos atingiram US$ 18,7 bilhões no ano passado, com alta de 103%. Em volume, o crescimento foi de 35%. Brasil e Ucrânia tiveram problemas na produção neste período.

Rússia-Ucrânia Com o aumento das tensões entre os dois países, a soja manteve tendência de alta nesta quarta-feira (23) na Bolsa de Chicago. O contrato de março subiu para US$ 16,75 por bushel (27,2 kg), com alta de 2,4%.

Rússia-Ucrânia 2 O trigo, um cereal importante na Rússia, ficou com preços estáveis, após alta de 5,9% na terça-feira (22). O milho, importante na Ucrânia, voltou a subir, atingindo US$ 6,84 por bushel (25,4 kg), 1,3% a mais do que no dia anterior.

Bioeletricidade Em 2021, a geração de bioeletricidade para a rede no país foi de 25,4 mil GWh, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), representando 4% da geração total produzida no país, sem considerar a produção para o autoconsumo.

Dez anos De 2012 a 2021, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por 3 dias. Cobriria o consumo da União Europeia por 25 dias e o da China por 13 dias, segundo a Unica.

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