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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

No comércio com os árabes, vai carne e vem fertilizante

Trigo e milho entram na lista das vendas para Oriente Médio

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Os dois países do Oriente Médio que estão na mira comercial da visita do presidente Lula, Arábia Saudita e Qatar, são importantes para o agronegócio brasileiro. Eles não só estão na lista de importadores como são fornecedores de fertilizantes, um insumo do qual o Brasil é bastante dependente.

Após uma desaquecida do comércio no início do governo de Jair Bolsonaro, a Arábia Saudita voltou a acelerar as compras de alimentos no Brasil nos dois últimos anos, atingindo o recorde de US$ 2,43 bilhões de janeiro a outubro de 2023.

Navio russo descarrega fertilizantes no porto de Paranaguá (PR) - Divulgação/Ascom Porto de Paranaguá

Já os gastos brasileiros com importações no mercado da Arábia Saudita diminuíram, recuando para US$ 509 milhões, 35% a menos do que nos dez primeiros meses de 2022. Essa queda ocorre devido à retração nos preços dos fertilizantes, o principal produto fornecido ao Brasil pelos sauditas.

Carnes e açúcar estão no topo da lista dos itens adquiridos pelo país do Oriente Médio no mercado brasileiro. A lista se estende ainda para soja e milho, incluindo até alimentos para cães e gatos.

A participação dos árabes no comércio brasileiro é muito importante para o setor de avicultura. O Brasil exportou 345 mil toneladas de proteína animal para o mercado da Arábia Saudita neste ano, sendo que 306 mil delas foram de aves.

Com o avanço da produção interna de trigo, o Brasil conquistou novos mercados para o cereal. A Arábia Saudita foi líder nas compras do produto brasileiro no ano passado, adquirindo 637 mil toneladas das 3,1 milhões exportadas.

O Brasil ganha espaço também para o milho. As vendas externas de janeiro a outubro de 2022 e de 2023 superam 1 milhão de toneladas em cada ano, volume bem distante das 261 mil do mesmo período de 2021.

Plantação de milho no norte do Paraná - Mauro Zafalon/Folhapress

O Qatar tem um patamar de comércio com o Brasil bem menor do que o da Arábia Saudita. As exportações brasileiras do setor de agronegócio se limitaram a US$ 171 milhões de janeiro a outubro para aquele país, sustentadas basicamente por carnes, óleo de milho e madeiras. Este é um dos países com os quais o Brasil tem déficit comercial no setor de agronegócio, devido aos fertilizantes.

O país é, no entanto, o 15° na lista de fornecedores de produtos do agronegócio para o Brasil, devido às compras brasileiras de fertilizantes. Arábia Saudita e Qatar são responsáveis pela venda de 2,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao Brasil. Ao todo, o país importou 33,3 milhões neste ano, tendo Rússia, Canadá e China como os principais fornecedores.

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