Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"
Só há um jeito de desarmar a bomba-relógio de 1º de janeiro: definir a eleição em 2 de outubro
Fico tentando imaginar o que pode ocorrer depois da tão esperada derrota deste governo covarde
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Estão acontecendo muitas coisas estranhas no nosso Brasil. Sim, nosso!
Estamos vivendo momentos tensos. E parece que fica mais tenso conforme vai chegando o 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições para presidente, governadores, senadores e deputados.
Fico tentando imaginar o que pode acontecer depois da tão esperada derrota deste governo covarde que temos.
Mas não consigo, porque é uma novidade, para nós, tentar imaginar o que poderão fazer essas pessoas carregadas no ódio e na intolerância, com armas nas mãos, incentivadas e motivadas pela família Bolsonaro e por seus apoiadores golpistas a agir contra a democracia.
Será que poderei ir ao Ibirapuera caminhar tranquilamente, como sempre faço, com esses caras raivosos soltos por aí?
Será que as pessoas poderão ir à padaria tomar um café, com o terror espalhado pelas ruas?
Nós não temos ideia nenhuma porque nunca passamos por isso. A democracia começou a ser atacada quando o deputado/capitão/perverso/golpista –e tantas outras coisas– conseguiu notoriedade sendo homofóbico, machista, racista e fã de torturadores. E o fato é que ninguém tomou nenhuma providência.
Esse clã foi crescendo. Muitos que fingiam ser democráticos viram então a possibilidade de colocar todos os seus preconceitos para fora, bater no peito e gritar: "Vamos acabar com a democracia".
O que as pessoas do bem, verdadeiramente interessadas em defender valores humanitários, podem fazer para mudar essa realidade?
Eu sei.
Liquidar a eleição para presidente no primeiro turno. Golear esse adversário nas urnas de forma honesta, sem violência. É só apertar as teclas da urna.
Irmos votar conscientes e seguros do que realmente queremos para o nosso país.
Lutar pelas minorias –ou mesmo pelas maiorias mal representadas, como negros e mulheres.
Queremos educação, saúde, segurança, cultura e tantas outras coisas. Há muito a recuperar. Há muito a refazer. Há também muito ainda a conquistar.
Depois ainda teremos que reconstruir várias instituições que foram fragilizadas por tantos ataques, resgatar princípios e valores da nossa sociedade.
Não podemos permitir que a destruição continue.
Precisamos pensar na Amazônia e nos povos indígenas, que continuam sendo covardemente assassinados em nome do privilégio de meia dúzia de oportunistas e usurpadores defendidos por este governo.
As meninas indígenas estão sendo estupradas. Não há como fingir que não vemos o que acontece bem debaixo dos nossos olhos ou estaremos todos sendo omissos e coniventes com essa violência.
Este país atual não é o nosso Brasil.
Temos que erguer a cabeça, mesmo sabendo que somos alvos, sem medo de defender a nossa democracia.
Queremos acordar no dia 1º de janeiro de 2023 respirando e vivendo, não sufocados e sobrevivendo.
"Atenção, é preciso estar atento e forte / Não temos tempo de temer a morte."
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters