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Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Uma carta de amor

Estou na Copa do Qatar e hoje só consigo vê-la lá de cima das cadeiras do estádio

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Em tempos de Copa do Mundo, resolvi me declarar ao amor da minha vida.

Eu me apaixonei na primeira vez que a vi. Foi amor à primeira vista.

Esse amor foi aumentando com os primeiros toques que demos um no outro.

Fomos ficando praticamente inseparáveis, porque ela não saía da minha cabeça, assim como eu não saía da cabeça dela.

Nos conhecemos muito jovens e viramos quase inseparáveis. O amor era tão grande que teve um período que me atrapalhava nos estudos.

Eu a encontrava na escola e ficávamos juntos antes das aulas, no intervalo, e muitas vezes depois também.

Era difícil largá-la para fazer as minhas coisas, como comer, tomar banho, dormir. A gente vivia colado.
Fomos crescendo, e o nosso amor, aumentando. E o que era brincadeira começou a ficar sério, porque fomos nos tornando importantes um para o outro.

Resolvemos que iríamos morar juntos e que iríamos crescer socialmente, politicamente e profissionalmente um ao lado outro, e que unidos conseguiríamos evoluir dentro da sociedade.

A nossa relação foi tão forte e importante que, tudo o que consegui na minha vida, foi junto dela.

Viajei o mundo trabalhando com ela, venci e perdi campeonatos, mas sempre na companhia dela.

O meu amor é tão inesgotável, que fica até difícil, para mim, descrever tudo o que eu sinto por ela.

Como o relacionamento foi ficando desgastado com o passar do tempo, houve um momento em que eu já não conseguia dar a ela o carinho e o amor que ela queria e merecia.

Percebi num determinado instante que ela precisava conhecer outra pessoa mais jovem, que conseguisse acompanhar a intensidade do seu ritmo de vida.

Fomos nos afastando, mas não por culpa dela, porque sempre me respeitou, me amou, me apoiou, e nunca me deixou para trás. O problema era comigo mesmo.

Ela não perdeu o entusiasmo e está sempre disposta a novas conquistas, mas eu não conseguiria mais acompanhá-la.

Confesso que foi uma separação difícil, porque o amor existe até hoje entre nós.

O meu amor por ela nunca irá acabar, mas hoje em dia só fico observando os movimentos dela de longe.
Não tem como terminar um sentimento por alguém que você conhece há mais de 50 anos e com quem viveu intensamente por 30 anos ou mais.

Temos diversas lembranças legais, divertidas, emocionantes.

Choramos juntos de alegria, e algumas vezes de tristeza, mas sempre um ao lado do outro.

Estou na Copa do Qatar e hoje só consigo vê-la lá de cima das cadeiras do estádio.

A bola da Copa do Qatar - Glyn Kirk/AFP

Linda, de diversas cores, rolando na grama e provocando emoção, angústia, felicidade, tristeza. Na verdade, eu nunca fui o único amor da vida dela.

Mas quero terminar agradecendo por tudo que ela fez e continua fazendo por mim.

Bola, você é inesquecível. E, até o último dia da minha vida, serei apaixonado por você e grato pela intensa convivência.

Com todo amor e carinho: Bola, eu te amo.

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